Polícia antiterrorista britânica investiga ataque com faca em Manchester
Manchester, Reino Unido, 2 Jan 2019 (AFP) - A polícia antiterrorista britânica investiga um ataque com facas na véspera de Ano Novo em uma estação de trem na cidade de Manchester, durante o qual o suspeito da ação teria gritado o nome de "Alá".
"Nós tratamos o caso como uma investigação terrorista realizada pela polícia antiterrorista com o apoio da polícia de Manchester", informou o chefe da polícia local, Ian Hopkins, em entrevista coletiva.
"Nosso trabalho continua tentando entender exatamente o que aconteceu", acrescentou.
Posteriormente, a polícia de Manchester informou que o suspeito foi "examinado pelo pessoal médico especializado e está detido em virtude do Mental Health Act", a lei britânica sobre saúde mental.
O agressor, de 25 anos e cuja identidade não foi revelada, está detido por suspeita de tentativa de homicídio. A polícia revistou um apartamento no bairro de Cheetham Hill, onde ele morou recentemente.
Um homem e uma mulher de 50 anos e um policial foram tratados pelos ferimentos sofridos após as facadas na noite de segunda-feira na estação Victoria, em Manchester, no noroeste da Inglaterra.
De acordo com Sam Clack, 38 anos e produtor da rádio BBC que testemunhou os eventos, o suspeito gritou "Alá" antes e durante o ataque.
"Enquanto continuarem bombardeando outros países, essas merdas continuarão a acontecer", teria dito o suposto agressor, segundo a mesma testemunha.
O suspeito foi preso por tentativa de homicídio, informou a polícia de Manchester em um comunicado.
A mulher sofreu ferimentos no rosto e no abdômen, o homem no abdômen e ambos foram levados para o hospital. O policial foi esfaqueado no ombro.
Os ferimentos são graves, mas não implicam risco para suas vidas, segundo as autoridades.
Os eventos ocorreram por volta das 20h50 local de segunda-feira, quando muitas pessoas da cidade já participavam nas celebrações de fim de ano.
- Grito arrepiante -Testemunha Sam Clack relatou: "Eu ouvi um grito que me gelou o sangue e eu olhei para a plataforma. Ele veio em minha direção. Eu olhei para baixo e vi que tinha uma faca de cozinha com uma alça preta e com uns 30 centímetros".
"Senti medo, puro medo", acrescentou.
De acordo com a testemunha, a polícia usou uma arma de choque e spray de pimenta antes de seis ou sete agentes pularem sobre o homem.
Clack disse que ouviu o suposto agressor gritando "Alá" durante o ataque. "Ele gritou antes, e gritou durante o ataque".
Outra testemunha identificada como Rebekka disse ao jornal Daily Mirror: "Eu ouvi o grito mais arrepiante que já ouvi e, quando me virei, vi todo mundo correndo na minha direção".
"Comecei a correr nos trilhos do trem e me escondi atrás de blocos de concreto", acrescentou. "Eu estava realmente com medo, não sabia se ia morrer."
- Mente aberta -A polícia descreveu inicialmente o ataque como um "incidente crítico". O policial Rob Potts disse que a polícia antiterrorista estava conduzindo a investigação e que os agentes "matinham uma mente aberta".
"Os acontecimentos desta noite preocupam as pessoas, algo compreensível, mas tenho que enfatizar que o incidente não está em andamento, há um homem sob custódia e no momento não há informações que sugiram que existam outras ameaças", afirmou.
"Embora ainda não saibamos todas as circunstâncias e mantenhamos a mente aberta, os agentes da polícia antiterrorista realizam a investigação. Isso garante que temos toda a experiência de que precisamos e que avançaremos em nossa investigação o mais rápido que pudermos", acrescentou.
Apesar do incidente, as comemorações do Ano Novo foram realizadas normalmente na Praça Albert, com a exibição planejada de fogos de artifício, só que com as medidas de segurança aumentadas.
Manchester foi palco de um ataque suicida em maio de 2017, quando 22 pessoas morreram e 139 ficaram feridas em um show da cantora americana Ariana Grande no Manchester Arena.
O atacante, Salman Abedi, de 22 anos, nasceu e cresceu na cidade.
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