Vítimas britânicas de casamentos forçados são obrigadas a pagar custos da repatriação
Londres, 2 Jan 2019 (AFP) - As britânicas enviadas por suas famílias para contraírem casamentos forçados no exterior têm de reembolsar ao Ministério britânico das Relações Exteriores os gastos ligados à repatriação - revelou uma investigação do jornal "The Times" publicada nesta quarta-feira (2).
As vítimas que pedem ajuda a este Ministério "têm que reunir centenas de libras para pagar por seu voo de retorno, alimentação e alojamento", informou o jornal britânico.
As jovens que não podem pagar esta soma "devem contrair empréstimos de emergência junto ao Foreign Office antes de embarcar no avião, e seus passaportes são confiscados até o reembolso" desses empréstimos, relatou o jornal.
O Foreign Office britânico permitiu o repatriamento de 27 vítimas de casamentos forçados, em 2017, e 55, em 2016, de acordo com dados oficiais fornecidos ao "Times".
Nos últimos dois anos, o Ministério emprestou 7.765 libras esterlinas (cerca de 9.840 dólares) para pelo menos oito vítimas que não podiam pagar a repatriação.
Essas mulheres reembolsaram 3.000 libras, mas ainda devem mais de 4.500 libras.
Uma das vítimas, de 24 anos, disse que estava "endividada", vivendo em um alojamento tipo hostel e temia acabar na rua.
"Não posso pedir ajuda à minha família por causa do que me fizeram passar", disse ela ao "Times".
Já o Ministério das Relações Exteriores diz que tem a obrigação de recuperar os montantes gastos para repatriar as vítimas, porque se trata de recursos públicos.
pau/jbo/sd/pb/zm/mr/tt
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