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Parlamento britânico votará acordo do Brexit em 15 de janeiro

08/01/2019 15h37

Londres, 8 Jan 2019 (AFP) - Os deputados britânicos vão realizar em 15 de janeiro a histórica votação do acordo Brexit negociado com a União Europeia - informou um porta-voz da primeira-ministra Theresa May nesta terça-feira (8).

"O debate será aberto amanhã por Steve Barclay, ministro para o Brexit" e a primeira-ministra "encerrará o debate sobre o acordo Brexit na terça-feira, 15 de janeiro, dia em que a votação ocorrerá", disse o porta-voz à imprensa.

A votação deve ocorrer a partir de 19h30 locais (17h30 de Brasília). Antes dela, nos dias de debate, haverá intervenções no Parlamento dos ministros de Comércio, Segurança, Meio Ambiente e Relações Exteriores, entre outros.

Inicialmente, a Câmara dos Comuns votaria o texto, resultado de 17 meses de difíceis negociações com Bruxelas em 11 de dezembro.

No entanto, confrontada com a evidência de que o texto estava fadado a um fracasso retumbante, May cancelou a sessão no último momento e disse que iria pedir novas garantias de seus parceiros europeus para acalmar as preocupações de seus legisladores.

Quatro semanas depois, o Parlamento deve retomar na quarta-feira as sessões de debate - que, a princípio, serão cinco - até a votação da próxima terça-feira.

O acordo tem a oposição de deputados eurocéticos e dos pró-europeus. Como May não teria conseguido nenhuma nova concessão da UE, ele parece destinado a ser rejeitado pela Câmara.

"A primeira-ministra disse que continua pedindo garantias à UE", garantiu o porta-voz.

A chefe de governo conservadora tenta, há semanas, convencer os legisladores a aprovarem o texto. Segundo a premiê, com a proximidade da data estabelecida, em 29 de março, a única alternativa seria um Brexit sem acordo. Isso teria consequências econômicas e sociais caóticas para o país.

No entanto, os deputados de esquerda e de direita pró-UE defendem a organização de um segundo referendo sobre a saída do bloco, enquanto o Partido Trabalhista da oposição espera que a rejeição do acordo precipite a convocação de eleições legislativas antecipadas.

Nesse contexto, vários jornais britânicos afirmaram nesta terça que oficiais britânicos seniores estariam conversando com autoridades europeias sobre a possibilidade de adiar a partida para além de 29 de março, conforme previsto no Artigo 50 do Tratado da União Europeia.

- Preocupações de segurança -Nesta terça, mais de 50 deputados britânicos escreveram para a chefia da Scotland Yard, preocupados com sua segurança, após o registro de incidentes violentos perto do Parlamento.

"Estamos escrevendo para expressar nossa preocupação com a deterioração da situação de segurança e ordem pública do lado de fora e ao redor do Parlamento", diz a carta assinada por deputados de todo o espectro político e dirigida a Cressida Dick, diretora da Polícia Metropolitana de Londres.

Eles apontam para os indivíduos "ligados à extrema direita" que "estão cada vez mais envolvidos em atos de intimidação, potencialmente criminosos, contra deputados, jornalistas e militantes".

A última das vítimas foi a deputada do Partido Conservador, Anna Soubry, favorável à realização de um segundo referendo, que foi descrito como "nazista" e "fascista" por manifestantes pró-Brexit.

"Nós vamos lidar firmemente com atos de assédio e insultos contra qualquer pessoa, se eles constituírem infrações", reagiu a polícia em um comunicado divulgado nesta terça-feira.