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Ex-ministro israelense acusado de espionar para Irã deve pegar 11 anos

09/01/2019 10h52

Jerusalém, 9 Jan 2019 (AFP) - Acusado de espionar para o Irã, país inimigo de Israel, o ex-ministro israelense Gonen Segev se declarou culpado nesta quarta-feira (9) e deve ser condenado a 11 anos de prisão - anunciou o Ministério da Justiça em um comunicado.

Defesa e acusação chegaram a um acordo para que Segev, ministro de Energia e Infraestrutura entre 1995 e 1996, seja condenado a 11 anos de prisão por "espionagem grave" e por "transferência de informações para o inimigo".

O acordo será apresentado em fevereiro a um tribunal para que possa ser aprovado.

Segundo a ata de acusação, cuja parte não censurada foi publicada no início do julgamento de Gonen Segev em julho, o ex-ministro teria entregue ao Irã informações sobre os lugares onde há pontos dos serviços secretos israelenses, assim como nomes de autoridades. Isso aconteceu desde 2012, quando morava na Nigéria.

Segev foi detido em maio no aeroporto Ben Gurion, perto de Tel Aviv, pela Segurança Interna (Shin Beth), mas sua prisão foi anunciada apenas em 18 de junho.

O agora ex-ministro teria se reunido várias vezes com seus contatos iranianos, em diferentes países, e lhes teria transmitido informações sobre a segurança e sobre os recursos energéticos em Israel, acrescentou o Shin Beth.

"Achamos que a acusação emendada que foi apresentada hoje e o acordo entre a defesa e a acusação apresentada levam o caso a sua proporção natural e justa", afirmaram os advogados do ex-ministro em um comunicado.

"A acusação foi profundamente alterada não apenas no escopo das infrações imputadas a Segev, mas também nos fatos", prosseguiram.

"Segev estava em contato com os iranianos, mas sua motivação não era 'ajudar o inimigo em tempo de guerra' (traição), é por isso que essa acusação não aparece na ata de acusação emendada", explicou o texto.

O médico de formação eleito deputado em 1992 em uma lista da extrema direita deixou seu partido e votou a favor dos acordos de Oslo II em outubro de 1995, o que permitiu que o então primeiro-ministro, Ytzak Rabin, tivesse a segunda fase deste acordo aprovada pelo Parlamento que deveria levar à criação de um Estado Palestino.

Depois, foi nomeado ministro de Energia e Infraestrutura. Em 2003, foi condenado a um ano de prisão com sursis por tentativa de fraude.

Um ano depois, foi condenado a cinco anos de prisão por tráfico de 30 mil pastilhas ecstasy para Israel a partir da Holanda, utilizando um passaporte diplomático com data de vencimento falsa.

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