Secretário de Estado americano faz visita surpresa a Bagdá
Bagdá, 9 Jan 2019 (AFP) - O secretário de Estado americano, Mike Pompeo, desembarcou de surpresa em Bagdá, nesta quarta-feira (9), em uma nova etapa de sua viagem regional pelo Oriente Médio.
O objetivo é tranquilizar os aliados de Washington e garantir seu apoio na luta contra os extremistas, apesar do anúncio de retirada de tropas americanas da Síria.
Em 26 de dezembro passado, o presidente Donald Trump provocou uma onda de críticas no Iraque, ao visitar, inesperadamente, os soldados americanos estacionados nesse país, mas sem passar por Bagdá.
Nesta quarta, Pompeo se reuniu com o primeiro-ministro Adel Abdel Mahdi, com o ministro iraquiano das Relações Exteriores, Mohammed Ali al-Hakim, e com o presidente do Parlamento, Mohammed al-Halbusi.
Também foi recebido pelo presidente Barham Saleh, que considerou que o Iraque "precisa do apoio americano" e manifestou sua "gratidão para com os Estados Unidos por seu apoio há anos", especialmente frente ao grupo Estado Islâmico (EI).
"O EI está derrotado militarmente, mas a missão não terminou", acrescentou.
"É importante fazer tudo o possível para assegurar que as pessoas que lutaram conosco estejam seguras", ressaltou Pompeu, em referência às Unidades de Proteção do Povo Curdo (YPG), principal milícia curda síria e na linha de frente contra o EI.
A Turquia considera as YPG como uma organização "terrorista" e ameaça atacá-las.
O conselheiro de Segurança Nacional americano, John Bolton, que visitou a Turquia na terça, disse que os Estados Unidos vão verificar se o EI foi realmente vencido antes de se retirarem da Síria. Já Pompeo se negou a dar um calendário para cumprir esses passos.
Falando a partir de Erbil, capital do Curdistão iraquiano, Pompeu assegurou que o presidente turco (Recep Tayyip) "Erdogan assumiu compromissos, ele compreende (...) que queremos segurança".
"Vamos alcançar progressos reais nos próximos dias", acrescentou, uma vez que Ancara negou categoricamente na terça-feira ter prometido a Trump a segurança das YPG.
- Entre Washington e Teerã -Um dos principais assuntos que preocupam é a presença do EI na Síria, país que compartilha com o Iraque centenas de quilômetros de fronteira, desérticos e propícios para a instalação de células extremistas clandestinas.
Embora as autoridades iraquianas tenham anunciado em dezembro de 2017 que tinham terminado três anos de uma guerra letal e devastadora contra o EI, os jihadistas continuam lançando ataques. Na terça-feira, duas pessoas morreram em um ataque com carro-bomba em Tikrit, relataram fontes policiais.
Além de Jordânia e Iraque, Pompeo passará pelo Egito, Bahrein, Emirados Árabes Unidos, Qatar, Arábia Saudita, Omã e Kuwait, informou o Departamento de Estado.
Em cada uma dessas paradas, Pompeo terá de garantir apoio a seus interlocutores, depois do inesperado anúncio feito por Trump no final de dezembro. Segundo o presidente americano, "os Estados Unidos não podem continuar sendo a polícia do mundo".
No Iraque, porém, Trump garantiu que não pretende retirar as tropas desse país, alegando que o território pode servir de "base" para, eventualmente, "intervir na Síria".
O Iraque ocupa um lugar central no Oriente Médio, uma região em plena recomposição, onde, segundo os especialistas, o Irã começa a vislumbrar a formação de um corredor terrestre que lhe permitiria chegar ao Mediterrâneo através do Iraque, da Síria e do Líbano.
No centro desse eixo que pode servir para o trânsito de bens e pessoas, o Iraque está em uma boa posição para ser mediador com Damasco.
sbh-sf/vl/pb/zm/tt/mr/mvv
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