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Brasil qualifica de 'ilegítimo' novo mandato de Maduro

10/01/2019 21h14

São Paulo, 10 Jan 2019 (AFP) - O governo brasileiro qualificou nesta quinta-feira de "ilegítimo" o novo mandato do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, que horas antes foi empossado em Caracas, e avaliou que o poder executivo deve recair sobre a Assembleia Nacional.

"Tendo em vista que nesta data, 10 de janeiro de 2019, Nicolás Maduro não atendeu às exortações do Grupo de Lima, formuladas na Declaração de 4 de janeiro, e iniciou novo mandato presidencial ilegítimo, o Brasil reafirma seu pleno apoio à Assembleia Nacional, órgão constitucional democraticamente eleito, ao qual neste momento incumbe a autoridade executiva na Venezuela, de acordo com o Tribunal Supremo de Justiça legítimo daquele país".

"O Brasil confirma seu compromisso de continuar trabalhando para a restauração da democracia e do estado de direito na Venezuela, e seguirá coordenando-se com todos os atores comprometidos com a liberdade do povo venezuelano", acrescenta a nota do Itamaraty.

Mais cedo nesta quinta-feira, a Organização dos Estados Americanos (OEA) aprovou uma resolução para declarar ilegítimo o segundo mandato de Maduro, não reconhecido por grande parte da comunidade internacional.

A resolução pede a "realização de novas eleições presidenciais com todas as garantias necessárias para um processo livre, justo, transparente e legítimo".

Maduro venceu em 20 de maio uma eleição boicotada pela oposição e denunciadas como uma fraude. Seu país está mergulhado em uma grave crise política e econômica que obrigou 2,3 milhões de pessoas a deixá-lo desde 2015, segundo a ONU.

A crise causou escassez de alimentos e medicamentos e, segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI), a inflação em 2019 atingirá 10.000.000%.

pr/rs/lr