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Jornalistas da Reuters em Mianmar perdem apelação contra pena de prisão

11/01/2019 07h52

Yangon, 11 Jan 2019 (AFP) - Acusados de violarem segredos de Estado por terem investigado um massacre de muçulmanos rohingyas por parte do Exército da Mianmar, dois jornalistas birmaneses da Reuters perderam, nesta sexta-feira (11), uma apelação contra sua condenação a sete anos de prisão.

"O veredicto em primeira instância não foi incorreto e esteve de acordo com as leis em vigor. A corte decidiu rejeitar a apelação" dos dois repórteres, disse o juiz Aung Naing diante de uma sala lotada de jornalistas e diplomatas.

Agora, a defesa pode recorrer à Suprema Corte.

Wa Lone, de 32 anos, e Kyaw Soe Oo, de 28, foram novamente declarados culpados de violarem a lei de segredos de Estado, que remonta à época colonial.

Ambos são acusados de terem obtido documentos relacionados com as operações das forças de segurança birmanesas no estado de Rakain. Essa região do noroeste de Mianmar é palco de abusos contra a minoria muçulmana rohingyas.

A repressão militar dessa comunidade muçulmana em 2017 foi classificada de genocida pela ONU e obrigou 700.000 rohingyas a se exilarem em Bangladesh.

Was e Kyaw estão presos desde dezembro de 2017. Sua condenação teve um forte impacto internacional e foi considerada resultado de um julgamento realizado para impedir o trabalho dos jornalistas que cobrem as ações do Exército contra os rohingyas.

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