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'Call girl' que diz ter provas sobre Trump e Rússia será deportada

15/01/2019 10h18

Pattaya, Tailândia, 15 Jan 2019 (AFP) - A modelo bielo-russa que afirma ter provas dos esforços da Rússia para ajudar Donald Trump a vencer as eleições para a presidência dos Estados Unidos será deportada após ser condenada, nesta terça-feira (15), em um tribunal na Tailândia por acusações de organizar "cursos de treinamento sexual".

Mais conhecida pelo pseudônimo de Nastia Rybka, Anastasia Vashukevich foi presa na Tailândia, no final de fevereiro de 2018, com um grupo de estrangeiros que organizavam "cursos de treinamento sexual" no balneário de Pattaya, segundo autoridades tailandesas.

O grupo de russos detidos alega que apenas ofereciam cursos de sedução para homens e mulheres.

O Tribunal Provincial de Pattaya condenou Anastasia e os demais réus, depois de se serem declarados culpados de múltiplas acusações, incluindo prostituição.

"O tribunal considerou todos culpados de favorecimento sexual", afirmou o tribunal, que dictou penas de três anos para cada um e multas de US$ 6.000, mas reduzindo as sentenças ao tempo já cumprido.

"O tribunal os libera hoje", acrescentou o juiz.

O chefe de imigração da Tailândia, Surachate Hakparn, disse que eles serão transferidos para um centro de detenção de imigrantes em Bangcoc e depois deportados.

"O próximo passo será coordenar a deportação deles com o governo russo. Provavelmente levará uma semana para que todos os processos sejam concluídos", afirmou Surachate, acrescentando que "eles entrarão na lista negra da Tailândia permanentemente".

- Guru da sedução -A "garota de programa" viajou para a Tailândia depois de se envolver em um escândalo político com o magnata do alumínio russo Oleg Deripaska, ex-colaborador de Paul Manafort, que foi diretor de campanha do então candidato Donald Trump.

A modelo chamou a atenção da imprensa internacional depois de publicar um vídeo no Instagram. Na gravação, dizia que faria revelações a jornalistas americanos sobre a alegada ajuda oferecida pelo Kremlin para Trump para ganhar a presidência dos EUA em novembro de 2016.

Até agora Anastasia não publicou nenhuma informação substancial para fundamentar suas alegações, e seus críticos chamaram suas promessas de um mero golpe publicitário.

A polícia tailandesa a acusou de oferecer cursos sexuais nas praias do país, sob a liderança do autointitulado guru da sedução russa Alex Kirillov.

Kirillov, que atua como porta-voz da maioria dos russos envolvidos no processo, acredita que "alguém ordenou (nossa detenção) por dinheiro", segundo declarou à imprensa.

O grupo sempre se declarou inocente. Eles afirmam que agiam apenas como "coach" em treinamento de "como seduzir homens e mulheres", e não participavam de atividades sexuais.

Os seguidores dos acusados dizem que o curso era orientado a oferecer conselhos sobre o romance e relações amorosas. Os professores usavam camisetas com a inscrição "Animadores Sexuais".

Vashukevich e Kirillov expressaram o medo de serem deportados para a Rússia e, em uma das etapas do processo, chegaram a pedir ajuda a Washington. Depois, Anastasia culpou os Estados Unidos por sua prisão.

Washington e Moscou rejeitaram publicamente a história da modelo, e o Departamento de Estado americano definiu a história toda como "bizarra".

A modelo, que escreveu um livro sobre sedução de bilionários, era uma "acompanhante de luxo" que frequentava a elite política russa. Ela tem um processo em aberto na Rússia por ter filmado Sergei Prijodko, vice-primeiro-ministro russo, a bordo do iate do milionário Oleg Deripaska.

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