Governo Maduro acusa EUA de promover golpe de Estado na Venezuela
Caracas, 17 Jan 2019 (AFP) - O chanceler da Venezuela, Jorge Arreaza, denunciou nesta quarta-feira, nas Nações Unidas, a tentativa de golpe promovida pelos Estado Unidos contra o presidente Nicolás Maduro, e responsabilizou o governo "supremacista" de Donald Trump pelo "bloqueio" econômico que aflige o povo venezuelano.
Arreaza descreveu a situação ao secretário-geral da ONU, António Guterres, após denunciar no Twitter o secretário de Estado americano, Mike Pompeo, e "outros porta-vozes extremistas que tentam desestabilizar o país e incitar a violência".
"Não é simples fazer uma revolução socialista a tão poucas milhas de cidades como Washington e Nova York", disse Arreaza em conversa com jornalistas, na qual denunciou a "permanente interferência, intromissão e ingerência dos Estados Unidos e de seus governos satélites na Venezuela para provocar uma mudança do regime por caminhos não constitucionais".
"Pompeo, não conformado em liderar um bloqueio econômico criminoso e uma operação de agressão internacional contra a Venezuela, agora promove descaradamente um golpe de Estado, citando artigos de uma Constituição que claramente não conhece", afirmou Arreaza.
Segundo o chanceler venezuelano, Maduro venceu as eleições surgidas de um diálogo com a oposição, e a postura dos Estados Unidos contrasta com a atitude do presidente venezuelano de buscar um "diálogo respeitoso" com a Casa Branca.
Pompeo aplaudiu o Parlamento da Venezuela por declarar Maduro "usurpador" da democracia e transferir formalmente a esse corpo as "responsabilidades executivas".
"Felicitamos, reconhecemos e apoiamos a coragem da Assembleia Nacional da Venezuela ao declarar formalmente Maduro 'usurpador' da democracia", assinalou o secretário de Estado em um tuíte.
Além disso, parabenizou o Legislativo venezuelano por "transferir as responsabilidades executivas à Assembleia Nacional, segundo os artigos 233, 333, 350 da Constituição".
Maduro foi reeleito em 20 de maio de 2018 em eleições boicotadas pela oposição e desconhecidas pela União Europeia e vários países latino-americanos.
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