Nova reunião entre o governo espanhol e os dirigentes catalães
Madri, 17 Jan 2019 (AFP) - A vice-presidente do governo espanhol recebeu nesta quinta-feira (17) em Madri dois dirigentes separatistas catalães no contexto das múltiplas reuniões para avançar no complicado diálogo iniciado por Pedro Sánchez ao chegar ao poder, em junho.
Apesar da desconfiança mútua e das posições enfrentadas sobre o direito à autodeterminação da Catalunha, o Executivo socialista e o governo regional catalão mantêm seus encontros para reconstruir relações rompidas com a tentativa de secessão de 2017.
Assim, a número dois de Sánchez, Carmen Calvo, se reuniu com o vice-presidente e a porta-voz do governo catalão, Peere Aragonés e Elsa Artadi, que reivindicam a criação de uma mesa estável de negociações.
As partes abordaram a possibilidade de "estabelecer dois espaços de diálogo diferentes: um entre governos (...) e outro, entre partidos (catalães), ainda a ser concretizado", assinalaram em um sucinto comunicado conjunto.
O diálogo entre as formações políticas desta região é uma das condições de Sánchez para seguir em frente com a negociação.
No comunicado, também anunciaram uma segunda reunião em Barcelona na semana que vem.
Este encontro é realizado um mês depois da reunião entre Sánchez e o presidente catalão, Quim Torra, na qual acordaram manter "um diálogo efetivo" e "avançar em uma resposta democrática às demandas dos cidadãos da Catalunha".
A reunião coincide com a negociação do projeto de orçamento para 2019 do governo espanhol, que tem apenas 84 dos 350 deputados no Congresso.
A sua aprovação requer o apoio dos separatistas catalães, que, em contrapartida, pedem uma solução ao conflito.
"A probabilidade de tramitarem esse orçamento é muito baixa", assinalou Artadi na terça-feira.
Mais ainda depois da detenção, na quarta-feira, de 13 ativistas e dois prefeitos separatistas, assim como de um fotojornalista, por cortar uma linha ferroviária de alta velocidade em 1º de outubro, aniversário do referendo de autodeterminação.
O governo regional anunciou que "apresentará uma denúncia contra a ação polícia", considerando que são detenções ilegais, pois não foram ordenadas pela Justiça.
Nas próximas semanas as relações podem ficar tensas por conta do início do julgamento à revelia no Tribunal Supremo contra a antiga cúpula separatista, com penas solicitadas de até 25 anos de prisão.
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