China denuncia intimidação dos EUA no caso da executiva da Huawei
Pequim, 23 Jan 2019 (AFP) - A China acusou os Estados Unidos de "intimidação", nesta quarta-feira (23), depois que as autoridades americanas confirmaram que vão pedir a extradição de Meng Wanzhou, a diretora financeira do gigante chinês das telecomunicações Huawei, em prisão domiciliar em Vancouver, Canadá.
Washington deve emitir um pedido de extradição até 30 de janeiro.
A detenção de Meng Wanzhou a pedido dos Estados Unidos deflagrou uma crise diplomática.
"Trata-se, antes de mais nada, de intimidação no setor tecnológico. Todo mundo pode ver claramente qual é o objetivo real" dos Estados Unidos, declarou a porta-voz do Ministério chinês das Relações Exteriores, Chunying, nesta quarta.
"Washington fará tudo que puder para asfixiar as empresas chinesas no setor de alta tecnologia e combater o direito legítimo ao desenvolvimento da China", disse a porta-voz à imprensa.
Meng Wanzhou, filha do fundador do gigante chinês de telecomunicações, foi detida em 1º de dezembro em Vancouver e solta sob fiança.
Os Estados Unidos suspeitam de que tenha participado de manobras ilegais que podem ter violado as sanções econômicas contra o Irã.
"Continuaremos solicitando a extradição de Meng Wanzhou e respeitaremos os prazos fixados pelo tratado de extradição entre Estados Unidos e Canadá", declarou um porta-voz do Departamento americano de Justiça, Marc Raimondi, na terça-feira.
Segundo esse acordo, os Estados Unidos têm um prazo de 60 dias depois de uma detenção feita a seu pedido para oficializar a solicitação de extradição.
Quando receber o pedido de extradição, o Ministério canadense da Justiça terá 30 dias para iniciar o procedimento de extradição.
Devido aos diferentes recursos possíveis, o processo pode durar meses, ou até anos.
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