Portugal descarta participar de Exército europeu, diz ministro
Madri, 23 Jan 2019 (AFP) - O ministro português de Assuntos Exteriores, Augusto Santos Silva, descartou nesta quarta-feira (23) que seu país participe de um eventual Exército europeu, depois que Alemanha e França reafirmaram a sua vontade de impulsionar tal corpo ao assinar um tratado de cooperação.
De visita a Madri, Santos Silva disse em coletiva de imprensa que "há muito tempo em Portugal a política de defesa nacional se beneficia de um consenso muito grande no Parlamento".
Quando este aprovou em 2017 "a participação de Portugal na cooperação estruturada permanente na União Europeia no plano de defesa" incluiu um limite: "Portugal não participará de um suposto Exército europeu", lembrou o ministro.
"Evidentemente, o governo respeita este consenso obtido no Congresso português", declarou Santos Silva, depois de se encontrar com seu homólogo espanhol, Josep Borrell.
França e Alemanha assinaram na terça-feira um tratado de cooperação bilateral que prevê, entre outras coisas, uma aproximação no setor da defesa, que a chanceler alemã, Angela Merkel, disse esperar que seja "uma contribuição" à futura criação de um Exército europeu.
Ao deixar claro o seu rechaço a um novo corpo militar europeu, o governo português manteve que a sua preferência é fortalecer a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), da qual é membro fundador.
"O Exército europeu terá que moderar, que é o quer dizer (...), pois não esqueçamos que para alguns países existe outra aliança defensiva, que é a Otan", indicou, por sua vez, o ministro espanhol Borrell.
du/avl/es/cb
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