Ex-presidente peruano Alberto Fujimori volta para a prisão
Lima, 24 Jan 2019 (AFP) - O ex-presidente peruano Alberto Fujimori foi levado na noite de quarta-feira da clínica de Lima onde estava hospitalizado desde outubro passado para um batalhão das forças especiais em Lima.
Fujimori, 80 anos, foi transferido em uma caminhonete branca, para o mesmo local onde permaneceu detido por uma década, onde deve completar sua pena de 25 anos por crimes contra a humanidade.
O ex-presidente saiu acompanhado por seu filho mais novo, Kenji Fujimori.
O veículo seguiu escoltado por motocicletas e vários carros da polícia para um trajeto de meia hora até o batalhão em Barbadillo, no leste da capital.
O ex-presidente foi internado em 3 de outubro ao sofrer uma descompensação em sua casa, depois que um tribunal anulou o indulto que havia sido concedido pelo então presidente peruano Pablo Kuczynski na véspera do Natal de 2017.
Uma junta médica concluiu que o ex-presidente tem condições de continuar seu tratamento no ambulatório do batalhão das forças especiais.
Fujimori, que governou o Peru de 1990 a 2000 com mão dura, teve seu indulto presidencial anulado pela justiça, e recorreu ao Supremo Tribunal, que analisa a questão.
Fujimori permaneceu preso na mesma base policial para a qual retornou na quarta-feira entre 2007 e 2017, depois de chegar ao país extraditado do Chile. Ele será o único detento no local, onde receberá atendimento médico permanente.
O destino de Fujimori não está definido a nível judicial, pois a Suprema Corte ainda precisa decidir sobre um recurso de apelação contra a anulação do indulto.
- Fim próximo -"Sinto que o fim está próximo", afirmou o ex-presidente à AFP em um bilhete escrito ainda na clínica.
"Se na tranquilidade de estar hospitalizado atravesso uma perigosa montanha russa, na prisão esta situação será muito mais grave e instável".
"É por isto que voltar à prisão representa uma pena de morte lenta e certa", completa no bilhete o engenheiro e matemático de 80 anos.
"O julgamento da história será mais justo que o julgamento dos meus inimigos políticos", afirmou Fujimori.
"Podem tirar a minha vida, mas nunca o que eu fiz. O Peru jamais voltará a ser o país inviável que recebi" em 1990, com hiperinflação de 7.600% e a violência guerrilheira do Sendero Luminoso.
"Caminho para o fim da minha vida com a satisfação de ter ajudado a mudar a história do meu país".
"Os antifujimoristas não querem reconhecer as grandes mudanças estruturais da década de 90 que beneficiaram toda a população. Vivem apenas de seu ódio aos Fujimori. Querem me matar lentamente".
"Jamais imaginei que a política poderia produzir tanto mal à minha família. Sinto como se uma maldição tivesse caído sobre nós".
"Minha filha (Keiko) jamais chegou à presidência, mas é o único político na prisão pelo caso Odebrecht. Ela deveria enfrentar o processo em liberdade, mas está na prisão por motivações 100% políticas", concluiu.
ljc/lr/fp/cn
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