Brasil pede que China e Rússia 'vejam a realidade' da Venezuela
Brasília, 1 Fev 2019 (AFP) - O chanceler brasileiro, Ernesto Araújo, pediu nesta sexta-feira para que China e Rússia, aliados do governo de Nicolás Maduro, "vejam a realidade da Venezuela" diante do "genocídio silencioso" ao qual seus cidadãos estariam submetidos.
"A gente espera que a China e a Rússia vejam a realidade da Venezuela, do que foi feito pelo regime de Maduro naquele pais e continuará sendo feito se continuar no poder" , declarou Araújo em coletiva de imprensa em Brasília.
O Brasil, ao lado de Estados Unidos, Colômbia, Argentina e outros vinte países apoiam o autoproclamado presidente interino Juan Guaidó, que querem que Maduro deixe o poder para que sejam convocadas "eleições livres".
Maduro denuncia um golpe de Estado impulsionado por Washington a fim de se apropriar das maiores reservas de petróleo do mundo.
Araújo, defensor do governo americano de Donald Trump, classificou como "genocídio silencioso" a situação econômica dramática do vizinho latino-americano, que sofre com hiperinflação e escassez de medicamentos e alimentos.
"Essa questão de sofrimento humano é algo que deveria transcender as considerações geopolíticas", afirmou o chanceler, questionado sobre se a postura do Brasil pode comprometer sua relação com a China - seu principal parceiro comercial.
Araújo também anunciou que a chancelaria vai propor uma comissão interministerial para abordar aspectos distintos da Venezuela, como o envio de ajuda humanitária, aplicação de sanções ou como lidar com a dívida da Venezuela com o Brasil.
Ele ainda afirmou que a principal forma de pressionar Maduro é pela via diplomática.
A chegada de Jair Bolsonaro ao poder marcou a posição do Brasil contra o socialista Maduro. O reconhecimento de Guaidó como presidente legítimo foi considerado, contudo, uma aposta arriscada por analistas e diplomatas, que temem que a maior potência da América Latina rompa com uma tradição de equidistância e até se veja envolvida pela primeira em um século e meio em um conflito armado com um país vizinho.
O vice-presidente Hamilton Mourão negou diversas vezes essa possibilidade, e na quinta-feira afirmou que o Brasil "pode adotar pequenas sanções", mas não está disposto a "cruzar uma linha que a gente sabe como é que começa, mas não sabe como é que termina".
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