El Chapo drogava e estuprava menores de idade, segundo testemunha
Nova York, 3 Fev 2019 (AFP) - Uma testemunha no julgamento de El Chapo Guzmán contou ao governo americano que o lendário narcotraficante mexicano drogava e estuprava meninas, que ele considerava suas "vitaminas" para se manter jovem, de acordo com documentos divulgados neste sábado (2).
Alex Cifuentes, um dos ex-secretários de El Chapo e durante anos o seu fornecedor de cocaína, disse que uma mulher enviava ao criminoso fotos de meninas com a partir de 13 anos. Ele, então, escolhia com qual queria ter relações sexuais, por meio de pagamento de 5.000 dólares por cada uma.
O próprio Cifuentes utilizou este serviço em três ou quatro ocasiões para ter relações sexuais com adolescentes que, por vezes, tinham apenas 15 anos, aponta o governo americano em documentos arquivados ante a corte. A testemunha relata ainda "que viu o réu fazer o mesmo em várias ocasiões com meninas que, às vezes, tinham apenas 13 anos".
O ex-chefe do cartel de Sinaloa Joaquín "Chapo" Guzmán, de 61 anos, às vezes as drogava com uma "substância em pó" antes de estuprá-las, com a ajuda de Cifuentes, contou a testemunha, um adepto da bruxaria que acredita em OVNIs e que estava convencido de que o apocalipse aconteceria em 2012, de acordo com os documentos da acusação.
No entanto, Cifuentes, que viveu em 2007 e 2008 com El Chapo nas montanhas de Sinaloa, não mencionou nada disso durante seus quatro dias de testemunhos no julgamento de El Chapo, encerrado na quinta-feira após três meses de audiências.
O júri, que não tem permissão de ler qualquer coisa relacionada ao julgamento na imprensa ou redes sociais, não poderá considerar esta informação quando começar a discutir, a partir de segunda-feira, se o narcotraficante é culpado ou não de traficar centenas de toneladas de drogas para os Estados Unidos.
"Joaquín nega as acusações, que não foram comprovadas e foram consideradas não confiáveis para serem admitidas no julgamento", declarou o advogado do réu, Eduardo Balarezo, em um comunicado enviado por e-mail.
"É lamentável que o material tenha sido divulgado publicamente pouco antes das deliberações do júri", acrescentou.
Se El Chapo for considerado culpado, poderá ser condenado à prisão perpétua.
A publicação desses documentos, anteriormente mantidos em sigilo, deve-se a uma ação judicial movida pela imprensa americana, que durante todo o julgamento lutou contra o sigilo em torno do caso.
Outro dos documentos divulgados no sábado aponta que El Chapo estuprou uma testemunha no julgamento, antes de iniciar um relacionamento amoroso com ela. A única mulher das 14 testemunhas que colaboraram foi Lucero Sánchez, amante de El Chapo e ex-sócia, hoje com 29 anos.
Alex Cifuentes, de 50 anos e traficante desde os 10, foi preso no México em 2013 e depois deportado da Colômbia para os Estados Unidos. Prisioneiro neste país, colabora com o governo em troca de uma eventual redução de sua sentença.
lbc/es/mr
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