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Acordo de paz entre governo e grupos armados na República Centro-Africana

05/02/2019 13h41

Cartum, 5 Fev 2019 (AFP) - Um novo acordo de paz foi assinado nesta terça-feira (5) entre o governo da República Centro-Africana e 14 grupos armados durante uma cerimônia em Cartum.

O acordo, destinado a terminar com anos de guerra, foi assinado na presença dos presidentes sudanês, Omar al Bashir, e centro-africano, Faustin Archange Touadéra.

Trata-se do oitavo acordo de paz deste tipo desde 2012. O Sudão abrigou em sua capital, Cartum, as conversas de paz, patrocinadas pela União Africana (UA) e pela ONU.

Após a assinatura do "Acordo de Cartum", os representantes dos 14 grupos armados apertaram as mãos de Touadéra e Bashir.

A assinatura do texto será feita em Bangui "nos próximos dias", indicou o governo anfitrião e a presidência centro-africana, sem especificar uma data.

Não se sabe de nenhum detalhe do acordo. "O conteúdo será divulgado após sua assinatura", afirmou o chefe da delegação do governo centro-africano, Firmin Ngrebada.

As negociações de Cartum, lançadas em 25 de janeiro por iniciativa da UA e da ONU, reuniram os principais líderes dos grupos armados e uma grande delegação governamental.

Os grupos armados controlam parte do território centro-africano e combatem para controlar também os recursos e por sua influência a nível local nesta ex-colônia francesa.

A Missão da ONU na África Central (Minusca) enviou cerca de 12.000 soldados e policiais para impedir a violência.

O país, com cerca de 4,5 milhões de habitantes, é um dos mais pobres do mundo, apesar de suas abundantes reservas de urânio, ouro e diamantes. Está em guerra desde 2013. Nenhum dos acordos assinados no passado conseguiu trazer estabilidade.

No sábado, Smail Chergui, enviado pela paz e segurança da UA, anunciou que o acordo permitiria "ao povo centro-africano transitar no caminho da reconciliação, da concórdia e do desenvolvimento".

Um porta-voz dos grupos armados, Igor Lamaka, afirmou naquele dia que haviam chegado a um "compromisso", em "nome da unidade, concórdia e reconciliação nacional, a paz vence".