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Grupo de contato pede "eleições presidenciais livres" na Venezuela

07/02/2019 20h00

Montevidéu, 7 Fev 2019 (AFP) - O grupo de contato sobre a Venezuela pediu nesta quinta-feira (7) em Montevidéu a convocação de eleições presidenciais "livres, transparentes e confiáveis" para alcançar uma solução pacífica "propriamente venezuelana" da crise.

No final do seu primeiro encontro, o grupo de países europeus e latino-americanos comprometeu-se em dois pontos principais: "estabelecer as garantias necessárias para um processo eleitoral crível no menor tempo possível" e "permitir a entrada urgente da assistência de acordo com os princípios internacionais".

Para cumprir os dois objetivos, o grupo de países enviará uma missão técnica à Venezuela, de acordo com a declaração final da reunião na capital uruguaia, lida em coletiva de imprensa pelo chanceler anfitrião, Rodolfo Nin Novoa.

A implantação e prestação de assistência em áreas de necessidade, consideradas "urgentes", serão coordenadas com o Acnur, a agência de refugiados da ONU.

Em suas primeiras resoluções, o grupo de contato internacional informou que estabelecerá contatos com os dois lados da disputa pelo poder na Venezuela e com os parceiros regionais.

Ele também anunciou que os representantes dos países membros do grupo se reunirão novamente no início de março para analisar o progresso.

Entre os participantes, México e Bolívia se abstiveram de assinar a declaração.

Consultado sobre o assunto, o chanceler mexicano, Marcelo Ebrard, disse que o país "não pode (apoiar a convocação de eleições) por mandato constitucional, o que impede a ingerência política interna de outros países".

A Bolívia, por sua vez, pediu a suspensão de sanções econômicas à Venezuela, segundo Ebrard.

A reunião, na qual a diplomata da União Europeia, Federica Mogherini, participou como de co-anfitriã com o chanceler do Uruguai, também contou com a presença de México, Bolívia, Costa Rica, Equador, Espanha, Suécia e Itália. Participaram também representantes de Alemanha, França, Reino Unido, Holanda e Portugal.

O chanceler brasileiro, Ernesto Araújo, minimizou nesta quinta-feira a proposta do Grupo de Contato a favor de eleições presidenciais "livres" para a Venezuela, afirmando que a proposta "não é muito útil".

A iniciativa, surgida de uma reunião em Montevidéu dos países europeus e latino-americanos que formam esse grupo, "não é muito útil", porque "parte do pressuposto de uma igualdade de condições entre o governo legítimo de Guaidó e a ditadura de Maduro", declarou Araújo em uma coletiva de imprensa em Washington.

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