Manifestantes britânicos pedem que o BC devolva ouro a Maduro
Londres, 7 Fev 2019 (AFP) - Aos gritos de "não façam a guerra à Venezuela!", dezenas de manifestantes, em sua grande maioria britânicos, exigiram nesta quinta-feira, em Londres, que o Banco da Inglaterra entregue ao regime de Nicolás Maduro o ouro que Caracas depositou na instituição.
Convocados pelo grupo de esquerda Venezuela Solidarity, quase cem pessoas protestaram em frente à sede do banco central, que no momento realizava sua reunião de política monetária.
"Banco da Inglaterra, devolva o ouro para a Venezuela!", gritaram, enquanto um manifestante, caracterizado como o presidente americano Donald Trump, acariciava duas barras de ouro falsas sob uma grande bandeira da Venezuela.
"O governo de Maduro é legítimo, foi eleito e reconhecido pela maioria dos países do mundo", disse à AFP Robert Miller, de 50 anos, que trabalha para uma organização de caridade.
E, se argumenta defender os direitos humanos, "porque o Banco da Inglaterra não tira o ouro da Arábia Saudita ou de outro país?", questionou.
"Uma instituição financeira não pode determinar quem é culpado pela repressão", acrescentou.
"O ouro pertence ao povo venezuelano", declarou Dominic Hale, um assistente social de 32 anos, denunciando a pressão exercida pelos Estados Unidos, "abertamente interessado no petróleo da Venezuela".
O executivo venezuelano vem tentando há vários meses repatriar as reservas internacionais de ouro depositadas em Londres.
De acordo com um relatório publicado pela Natixis, o país latino-americano tem atualmente no Banco da Inglaterra cerca de 31 toneladas de ouro no valor de 1,3 bilhão de dólares.
O opositor venezuelano Juan Guaidó, reconhecido como presidente interino da Venezuela por cerca de 40 países, escreveu em janeiro à primeira-ministra britânica Theresa May pedindo que o Banco da Inglaterra não devolva o ouro ao regime de Maduro.
Interrogado pela AFP, o Banco da Inglaterra, que atua de forma independente do governo, não quis confirmar se tomou uma decisão sobre o assunto.
Mas enfatizou que "antes de fazer qualquer transação, o Banco deve ter certeza de que a entidade solicitante tem as autorizações necessárias para exigir a operação, que todas as sanções estão sendo respeitadas e que não há evidência de que a transação envolva uma atividade criminosa".
acc/mb/mr
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