Governo mantém silêncio ante manifestações violentas que paralisam Haiti
Porto Príncipe, 11 Fev 2019 (AFP) - Os disparos esporádicos faziam eco nesta segunda-feira (11) nas ruas desertas de Porto Príncipe, enquanto o governo permanecia em silêncio ante os protestos que paralisam a capital haitiana e que provocaram um aumento generalizado da violência.
As ruas, normalmente colapsadas pelo tráfego, estavam vazias depois do fechamento de escolas, lojas e escritórios municipais por medo do aumento da violência que deixou vários mortos e semeou incertezas em torno ao governo do presidente Jovenel Moise.
Barricadas apareceram em algumas áreas da capital e outras cidades, à medida que os manifestantes tomaram as ruas exigindo a renúncia do presidente, após informes de má administração e possível malversação de fundos.
Depois de um começo de dia tranquilo mas tenso, centenas de jovens dos bairros mais pobres da capital marcharam até Petionville, a zona mais rica de Porto Príncipe, jogando pedras em casas, até que a polícia lançou gases lacrimogêneos para deter a marcha.
A polícia também frustrou uma tentativa de ataque a um banco durante a manifestação, arrastando vários suspeitos cobertos de sangue, e prendeu ao menos cinco pessoas, segundo um repórter da AFP no local.
Desde que a oposição organizou manifestações generalizadas, na semana passada, quando completaram dois anos da presidência de Moise, surgiram protestos espontâneos em centros urbanos.
Em alguns lugares, homens jovens levantaram barricadas e começaram a sequestrar transeuntes para pedir resgate, enquanto veículos foram incendiados e lojas danificadas e saqueadas, gerando um clima de medo e intimidação em paralelo com os protestos opositores.
Os manifestantes exigem a Moise que renuncie por um escândalo concentrado no fundo Petrocaribe, sob o qual a Venezuela forneceu petróleo ao Haiti e a outros países caribenhos e da América Central a preços reduzidos e em condições de crédito favoráveis durante anos. Investigações revelaram que ao menos dois bilhões de dólares do programa foram malversados.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.