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Vítimas exigem medidas concretas contra a pedofilia na Igreja

21/02/2019 11h17

Cidade do Vaticano, 21 Fev 2019 (AFP) - As vítimas do clero exigem medidas concretas em termos de proteção infantil contra a pedofilia dentro da Igreja, como a abertura de várias comissões de investigação.

Veja quais são algumas dessas exigências:

- Expulsão imediata dos agressores e seus protetores- "A tolerância zero para o abuso sexual perpetrada pelo clero deve ser escrita na lei universal da Igreja antes do final da reunião" e esta obrigação deve ser aplicada globalmente, deseja a ECA ("Ending clerical abuse", uma organização de defesa das vítimas em 17 países.

- É preciso "expulsar todo bispo ou cardeal envolvido na cobertura de agressões sexuais do clero", afirma a associação americana Snap ("Survivors network of those abused by priests", rede de sobreviventes de agressões sexuais por padres). Isso também deve ser aplicado aos superiores das ordens religiosas e a toda pessoa que ocupe cargo de responsabilidade em uma igreja, precisa ECA.

- Definir a agressão sexual contra menores- "Uma definição clara" da agressão sexual contra menores é necessárias para ajudar os líderes da Igreja, diz Marie Collins, vítima irlandesa que fez parte da comissão de combate à pedofilia do Vaticano antes de renunciar em 2017. Ela critica "uma lei canônica vaga, que fala de 'delitos contra o sexto mandamento do decálogo'", acrescentando: "Esta não é uma definição clara".

- Acabar com o segredo- Sacerdotes culpados de agredir crianças devem ser incluídos em um "registro público", exige ECA. A organização também pede "uma comissão da verdade independente no Vaticano" para tornar públicos os arquivos da Igreja, começando com os da Santa Sé.

- "Os bispos de todo o mundo devem ser forçados a submeter seus casos à justiça civil para investigações independentes sobre o tratamento dos casos de agressões sexuais do clero", sugere Snap.

- "Qualquer condenação de membros da Igreja deve ser tornada pública", especificando claramente a natureza do crime e da punição, deseja Marie Collins.

- Debater o celibato- Pesquisadores de universidades alemães, que revelaram em setembro de 2018 em um relatório encomendado pelo episcopado agressões sexuais a milhares de crianças durante décadas na Alemanha, quer estudar a possível correlação do celibato dos padres. O presidente da conferência episcopal alemã, Reinhard Marx, também encoraja uma discussão transparente e sem tabu sobre o celibato.

- O Vaticano deve introduzir o celibato voluntário e não mais obrigatório para os padres, propôs de forma mais decisiva a Comissão Real de Inquérito sobre Respostas Institucionais ao Crime de Pedofilia na Austrália (dezembro de 2017).

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