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Dois anos de agitadas relações entre Kim e Trump

25/02/2019 11h39

Paris, 25 Fev 2019 (AFP) - Dos insultos pessoais à cúpula de Hanói nos dias 27 e 28 de fevereiro, passando pelo "encontro histórico" em junho passado em Singapura: a seguir os principais momentos da agitada relação entre Donald Trump e Kim Jong Un nos últimos dois anos.

- Ameaças nucleares -Em 2 de janeiro de 2017, antes mesmo de assumir a presidência dos Estados Unidos, Donald Trump afirma que a Coreia do Norte jamais poderá desenvolver uma "arma nuclear com capacidade para atingir o território americano".

A opção diplomática parece impor-se e em maio de 2017 Trump afirma estar disposto a uma reunião com o líder norte-coreano.

Mas poucos meses depois, Pyongyang testa dois mísseis intercontinentais e Kim assegura que "todo o território americano está ao alcance" da Coreia do Norte.

Uma crise tem início entre os dois países, acompanhada de sanções financeiras dos Estados Unidos e da promessa de Trump de responder com "fogo e ira" a qualquer ataque norte-coreano.

Os norte-coreanos respondem com o sexto teste nuclear de sua história, depois do qual anunciam que usaram uma bomba H.

- Ofensas pessoais - Em setembro, Trump chama Kim, na Assembleia Geral da ONU, de "pequeno homem foguete". Dois dias depois, o norte-coreano responde: "Castigarei com fogo o senil americano mentalmente transtornado".

Em novembro, Trump se refere ao antagonista como um "cachorro doente" e no início de 2018 se vangloria do tamanho de seu botão nuclear.

- Otto Warmbier, "torturado"- Em setembro de 2017, Donald Trump acusa Pyongyang de ter "torturado além do imaginável" Otto Warmbier, um estudante americano que ficou preso na Coreia do Norte por 18 meses e foi enviado de volta a seu país em estado de coma em junho de 2017. Faleceu uma semana depois.

Washington impõe aos cidadãos americanos praticamente uma proibição de viagem à Coreia do Norte (posteriormente suavizada para facilitar a ajuda humanitária) e decide voltar a incluir o país na lista de Estados que apoiam o terrorismo.

No fim de setembro de 2018, um tribunal de Washington condena a Coreia do Norte a pagar 501 milhões de dólares por sua responsabilidade na morte do estudante.

- A guinada olímpica -No dia 1 de janeiro de 2018, Kim Jong Un declara estar disposto a enviar uma delegação aos Jogos Olímpicos de Inverno na Coreia do Sul. Em fevereiro, durante os Jogos de Pyeongchang, as duas Coreias se aproximam, tanto simbolicamente - com o desfile conjunto na cerimônia de abertura - como diplomaticamente - com um encontro de emissário dos países.

Depois do evento esportivo, o líder norte-coreano e o presidente sul-coreano, Moon Jae-in, celebram três reuniões em menos cinco meses.

- Visita surpresa de Pompeo - Em 8 de março de 2018, o presidente americano surpreende ao aceitar um convite para uma reunião com Kim Jong Un, transmitido pela Coreia do Sul.

Na condição de diretor da CIA, antes de assumir o cargo de secretário de Estado, Mike Pompeo viaja a Pyongyang no fim de semana da Páscoa para um encontro com Kim.

Em 8 de maio, Trump revela que Pompeo faz nova viagem à Coreia do Norte. O novo secretário de Estado retorna aos Estados Unidos com três ex-prisioneiros que tinham a libertação exigida por Washington.

- "Reunião fantástica" -O aperto de mãos entre Kim e Trump na reunião de cúpula de 12 de junho em Singapura é exibida ao vivo para todo o planeta.

O líder norte-coreano elogia um "encontro histórico" e o presidente americano cita uma "reunião fantástica".

Os dois assinam um documento conjunto no qual Pyongyang se compromete a trabalhar a favor de uma "desnuclearização completa da península coreana", enquanto Washington promete "garantias de segurança" à Coreia do Norte.

- Negociações patinam -Desde junho, as conversações para concretizar a desnuclearização não se traduziram em avanços concretos.

Pyongyang, que não adotou nenhuma medida considerada irreversível para desmantelar seu programa nuclear, exige um alívio das sanções para seguir avançando.

Washington prevê a continuidade da pressão econômica, enquanto a desnuclearização não for "definitiva e totalmente verificável".

Em 19 de janeiro de 2019, a Casa Branca anuncia a celebração de uma nova reunião, após um encontro entre o presidente americano e o general norte-coreano Kim Yong Chol.

Trump anuncia em 9 de fevereiro que a reunião acontecerá em Hanói. "Espero ver o presidente Kim e avançar na causa da paz!", declara.

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