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EUA sancionam seis militares da Venezuela por obstruir ajuda humanitária

21.fev.2019 - O Presidente da Venezuela, Nicolas Maduro, anuncia o fechamento da fronteira com o Brasil - AFP PHOTO/VENEZUELAN PRESIDENCY/HO
21.fev.2019 - O Presidente da Venezuela, Nicolas Maduro, anuncia o fechamento da fronteira com o Brasil Imagem: AFP PHOTO/VENEZUELAN PRESIDENCY/HO

01/03/2019 13h16

Os Estados Unidos sancionaram, nesta sexta-feira, seis funcionários de segurança da Venezuela leais ao presidente Nicolás Maduro por obstruir a entrada de ajuda humanitária ao país no sábado passado.

"Estamos sancionando os membros das forças de segurança de Maduro em resposta à violência repreensível, às mortes trágicas, e à queima desnecessária de alimentos e medicamentos destinados aos venezuelanos que passam fome e estão doentes", declarou o secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, em comunicado.

Entre os sancionados estão o comandante da Guarda Nacional Bolivariana, o major general Richard Jesús López Vargas; assim como Jesús María Mantilla Oliveros, comandante de uma unidade encarregada por Maduro para reforçar a segurança na fronteira com o Brasil, disse o Departamento do Tesouro.

As medidas também afetam os chefes de Defesa nos estados de Bolívar, fronteiriço com o Brasil, general Alberto Mirtiliano Bermúdez Valderrey; e Táchira, limítrofe com a Colômbia, José Leonardo Noroño Torres.

Também estão na lista de sancionados José Miguel Dominguez Ramirez, comissário-chefe da Força de Ações Especiais (FAES) da Polícia Nacional Bolivariana (PNB) em Tachira; e o coronel Cristhiam Abelardo Morales Zambrano, diretor do PNB naquele estado.

As sanções congelam quaisquer ativos que essas pessoas possam ter nos Estados Unidos e as proíbem de qualquer transação financeira com indivíduos ou entidades americanas.

Os Estados Unidos, com o apoio da Colômbia e do Brasil, tentaram, no último final de semana, introduzi ajuda humanitária na Venezuela, após um pedido do líder da oposição venezuelana Juan Guaidó, reconhecido por Washington e mais de 50 países como presidente interino.

Mas as forças leais a Maduro bloquearam a operação, o que levou a confrontos que deixaram quatro mortos e centenas de feridos.

Maduro nega que haja uma "emergência humanitária" na Venezuela e rejeita a ajuda, considerando um pretexto para uma invasão militar liderada pelos Estados Unidos, desde que o presidente Donald Trump não descartou o uso da força para forçar a saída Maduro.

"Os Estados Unidos apoiam fortemente os esforços do presidente interino Juan Guaidó, e o Tesouro continuará visando os partidários de Maduro que prolongam o sofrimento das vítimas desta crise humanitária", disse Mnuchin.

Politicamente dividida, a Venezuela, declarada en default parcial em 2017 por várias agências de rating, está mergulhada em uma crise econômica sem precedentes, marcada por enorme hiperinflação e uma grave escassez de commodities.

Cerca de 2,7 milhões de pessoas deixaram o país desde 2015, segundo a ONU.

Desde 2015, Washington sancionou dezenas de funcionários e ex-funcioanários venezuelanos, incluindo o próprio Maduro, acusando-os de violações dos direitos humanos, corrupção e tráfico de drogas.

Além disso, aplicou um embargo ao petróleo da Venezuela, crucial para sua economia, que entrará em vigor em 28 de abril.

A Rússia, aliada de Maduro, prometeu nesta sexta-feira continuar com sua ajuda humanitária "legítima" à Venezuela.