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Organização Pan-americana pede que países invistam mais em saúde mental

01/03/2019 20h47

Washington, 1 Mar 2019 (AFP) - A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) pediu nesta sexta-feira que se invista mais na prevenção e tratamento de transtornos mentais, responsáveis por um terço da incapacitação total, mas cujo atendimento recebe apenas 2% do orçamento dos países.

"O investimento atual é muito menor do que o necessário para enfrentar a carga que essas doenças representam para a saúde pública", disse a OPAS, o escritório regional da Organização Mundial de Saúde, em um comunicado.

Em seu relatório "A carga dos transtornos mentais na região das Américas", a OPAS pede que os países aumentem o dinheiro destinado à saúde mental para reduzir as lacunas de financiamento existentes.

A OPAS recomenda o fechamento de hospitais psiquiátricos e o fornecimento de serviços integrados para a doença mental em um ambiente de atenção primária ou em hospitais gerais, o que também ajuda a evitar a estigmatização dos pacientes.

Na América Latina e no Caribe, os problemas de saúde mental, incluindo o uso de substâncias psicoativas, produzem mais de um terço da incapacitação total.

A depressão é a principal causa de incapacidade, seguida por problemas derivados da ansiedade.

Mas, apesar disso, dos escassos 2% do orçamento de saúde dos países voltados para a saúde mental, 60% vão para os hospitais psiquiátricos.

"Isso significa que as pessoas com problemas de saúde mental mais comuns, como depressão, ansiedade e outros transtornos que podem ser eficientemente administrados em um ambiente comunitário, são deixadas desacompanhadas", explicou Claudina Cayetano, conselheira de saúde mental da OPAS, citada no comunicado.

A alocação de fundos para financiar a saúde mental comunitária e os serviços de atenção primária abordariam melhor os transtornos do humor e os distúrbios causados pelo álcool e outras substâncias psicoativas, de acordo com a OPAS.

Nas Américas, os transtornos mentais produzem 34% de incapacitação, com pouca variação em nível nacional.

Desse percentual, a depressão causa 7,8% da incapacidade. Segundo o relatório, a América do Sul tem maiores proporções de incapacidade devido a doenças mentais comuns.

Em comparação com outras sub-regiões, a América Central tem uma proporção maior de incapacidades devido ao transtorno bipolar e transtornos de início habitual na infância e adolescência, bem como epilepsia.

Os Estados Unidos e o Canadá sofrem de uma alta carga de incapacidade devido à esquizofrenia e demência, e taxas esmagadoras de distúrbios opióides.

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