EUA e Coreia do Sul encerram principais exercícios militares conjuntos
Seul, 3 Mar 2019 (AFP) - Os Estados Unidos e a Coreia do Sul anunciaram, neste domingo (3), que vão encerrar seus exercícios militares conjuntos em grande escala, enquanto Washington busca melhorar os laços com a Coreia do Norte.
A decisão é tomada dias após o encerramento da segunda cúpula entre o presidente americano, Donald Trump, e o líder norte-coreano, Kim Jong Un, em Hanói, que terminou sem um acordo formal, mas com ambos os lados sugerindo que continuariam conversando.
Em uma ligação telefônica feita neste sábado (2) entre o ministro da Defesa sul-coreano, Jeong Kyeong-doo, e seu homólogo americano, Patrick Shanahan, "ambos os lados decidiram concluir a série de exercícios 'Key Resolve' e 'Foal Eagle'", segundo declaração do Pentágono.
Os dois aliados, em vez disso, farão "treinamentos de manobras e exercícios de comando unidos para manter a prontidão militar", indicou neste domingo, horário local, o Ministério da Defesa de Seul.
O Foal Eagle é o maior dos exercícios comuns conjuntos realizados pelos aliados, e sempre enfureceu Pyongyang, que o considera como preparação para uma invasão.
No passado, envolveu 200 mil forças sul-coreanas e cerca de 30 mil soldados americanos.
É acompanhado pelo Key Resolve, manobras simuladas por computador conduzidas por comandantes militares, que geralmente começam em março e duram 10 dias.
A decisão foi tomada para apoiar os esforços diplomáticos em andamento para a desnuclearização da Coreia do Norte e aliviar a tensão militar, acrescentou o ministério sul-coreano.
- Preparação de combate -Em vez das grandes manobras, Washington e Seul realizarão exercícios "modificados" a partir de segunda-feira e até 12 de março, anunciaram em comunicado conjunto.
Os exercícios de nove dias, oficialmente chamados de "Dong Maeng" ou "Aliança", vão se concentrar principalmente em aspectos defensivos e não ofensivos, declarou à AFP um oficial militar que pediu anonimato.
Não há indicações de quantas tropas serão mobilizadas.
O Ministério das Relações Exteriores da Coreia do Sul também disse que Lee Do-hoon, o principal emissário em questões nucleares, viajará a Washington em algum momento esta semana para se reunir com seu colega americano Stephen Biegun e discutir a cúpula de Hanói.
Aqueles que se opõem à eliminação desses exercícios argumentam que a decisão pode afetar a prontidão de combate das forças combinadas dos Estados Unidos e da Coreia do Sul e dar ao Norte uma vantagem estratégica na península dividida, mas a maioria dos analistas estima que que tais preocupações são exageradas.
"Suspender ou reduzir os exercícios entre os Estados Unidos e a Coreia do Sul pode prejudicar a preparação dos dois exércitos, mas não acho que vai ser uma séria ameaça para a segurança da Coreia do Sul", disse à AFP Ahn Chan-il, presidente do Instituto Mundial de Estudos da Coreia do Norte em Seul.
"As forças convencionais do Sul são mais numerosas do que a do Norte, e dada a situação atual (com os Estados Unidos e as sanções existentes), é muito improvável que Pyongyang faça algo com suas armas nucleares", acrescentou.
Desde a primeira cúpula de Trump com Kim, no ano passado em Singapura, onde os dois líderes assinaram um compromisso vagamente formulado em favor da desnuclearização da península coreana, os Estados Unidos e Seul reduziram ou cancelaram vários exercícios militares conjuntos, e os bombardeiros americanos não sobrevoaram mais a Coreia do Sul.
Deixar de fazê-lo "significaria que os países envolvidos não estão sérios" em sua tentativa de chegar a um acordo de desnuclearização, disse Yang Moo-jin, professor da Universidade de Estudos Norte-Coreanos.
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