Guaidó volta a Venezuela e dissipa ameaça de prisão
Caracas, 4 Mar 2019 (AFP) - O líder opositor venezuelano, Juan Guaidó, regressou nesta segunda-feira a Venezuela em meio à aclamação de milhares de seguidores, dissipando as ameaças de prisão por ter ignorado uma ordem judicial que proibia sua saída do país.
"Não vão nos deter através de ameaças. Aqui estamos mais fortes e unidos do que nunca, com o olhar no futuro", disse Guaidó em seu primeiro discurso ao voltar ao país, em uma praça do leste de Caracas.
Acompanhado por sua esposa e colaboradores próximos, o opositor, reconhecido por mais de 50 países como presidente interino da Venezuela, chegou ao meio-dia ao aeroporto internacional de Maiquetía, a 20 km de Caracas, onde era esperado por embaixadores de países europeus e do Chile.
"Sabemos dos riscos que corremos, isso nunca nos parou", declarou no aeroporto, onde um grupo de simpatizantes gritava: "Guaidó, Guaidó!" e "Sim, podemos!".
Após as marchas realizadas sem incidentes em todo o país nesta segunda-feira, feriado de carnaval, Guaidó convocou uma nova mobilização para sábado, e reuniões com sindicatos de funcionários públicos na terça.
"Não ficaremos nem um segundo tranquilos até alcançar a liberdade da Venezuela", afirmou Guaidó, que goza de imunidade como chefe do Parlamento, de maioria opositora.
Guaidó, de 35 anos, regressou de uma viagem pela Colômbia, Brasil, Paraguai, Argentina e Equador, após sair em segredo e entrar na Colômbia há dez dias, segundo ele ajudado por militares venezuelanos, no âmbito da tentativa fracassada de entrada de ajuda humanitária na Venezuela.
O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, disse que Guaidó deveria "respeitar a lei" e que se voltasse para a Venezuela "teria que ver a cara" da justiça - aliada ao governo -, que ordenou seu impedimento de saída e congelou seus bens, como parte de uma investigação por "usurpação" de funções.
Perante a multidão, o líder opositor mostrou triunfante seu documento de identidade: "Aqui está meu passaporte, são e salvo", comemorou.
"Bem-vindo presidente, isso me disseram os funcionários da Imigração, como muito carinho e respeito", disse à imprensa.
Após a chegada do líder opositor à Venezuela, o vice-presidente americano, Mike Pence, tuitou que "qualquer ameaça, violência ou intimidação contra ele não vai ser tolerada e vai ter uma resposta rápida".
A representante da União Europeia, Federica Mogherini, advertiu que qualquer medida que ponha "em risco a liberdade, a segurança ou a integridade pessoal" de Guaidó seria "uma grande escalada de tensões".
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