Paquistão congela contas de organizações consideradas terroristas pela ONU
Islamabad, 4 Mar 2019 (AFP) - O Paquistão, acusado recentemente pela Índia de um ataque em seu território que gerou fortes tensões entre esses países, anunciou nesta segunda-feira (4) que congelará as contas de organizações que operam em seu território e são qualificadas como terroristas pela ONU.
Os bens dessas organizações também serão confiscados, explicou em um comunicado o Ministério paquistanês das Relações Exteriores.
"Este decreto significa que o governo tomará o controle dos ativos (...) e controlará todas as contas das organizações proibidas pelo Conselho de Segurança da ONU", declarou à AFP um alto funcionário do ministério, que pediu anonimato.
Este anúncio é feito duas semanas e meia depois de um atentado suicida executado em 14 de fevereiro na Caxemira indiana com um balanço de mais de 40 paramilitares indianos mortos, e que foi reivindicado pelo Jaish-e-Mohamed (JeD), grupo extremista com sede no Paquistão.
Em represália, aviões indianos bombardearam um campo do JeD na terça-feira passada no norte do Paquistão, o que, por sua vez, provocou uma resposta paquistanesa. Islamabad afirmou ter derrubado dois aviões indianos, enquanto Nova Délhi assinalou ter abatido um caça-bombardeiro paquistanês, o que o primeiro nega.
Essa onda de tensões provocou o temor de um novo conflito entre essas duas potências nucleares, que já se enfrentaram em três guerras. A libertação, na sexta-feira, de um piloto indiano capturado na quarta-feira na Caxemira paquistanesa as aliviou um pouco.
No entanto, tanto Nova Délhi, como Washington e a União Europeia (UE), continuam exigindo que o Paquistão tome medidas firmes contra grupos extremistas instalados em seu território.
Em 21 de fevereiro, as autoridades paquistanesas proibiram o Jamaat-ud-Dawa (JuD) e Falah-e-Insaniat Foundation (FIF), duas organizações consideradas emanações do grupo islamita Lashkar-e-Taiba, acusado por Índia e Estados Unidos de ser responsável pelos ataques de Mumbai, em 2008, nos quais morreram 166 pessoas.
Os Estados Unidos prometeram uma recompensa de 10 milhões de dólares para quem facilite a captura do líder da JuD, Hafiz Saeed, que opera livremente no Paquistão e nega qualquer vínculo com os atentados em Mumbai.
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