EUA: Promotora decide não acusar policiais que mataram negro que carregava um celular em 2018

Os policiais que mataram a tiros há um ano um jovem negro na Califórnia ao confundirem o seu celular com uma arma de fogo não serão acusados pela Justiça local. A família dele apelará ao procurador do estado.
A promotora do condado de Sacramento, Anne Marie Schubert, disse no sábado que os dois oficiais que atiraram em Stephon Clark em março de 2018 "tiveram uma honesta e razoável crença de que estavam em perigo iminente de morte ou lesão", de modo que a sua reação foi "legal".
Ativistas e parentes entregarão uma carta nesta segunda-feira ao procurador da Califórnia, Xavier Becerra, para que acuse os dois policiais.
Clark, de 22 anos e pai de dois filhos, foi baleado 20 vezes no quintal de sua casa em 18 de março de 2018.
A polícia respondeu a um chamado aos serviços de emergência sobre um homem que havia quebrado janelas de carros na área e considerou Clark como o principal suspeito.
Em vídeos gravados de um helicóptero e através das câmeras nos uniformes dos policiais, é possível ver o jovem correndo e buscando abrigo na casa de seus avós, onde morava.
Os oficiais gritam: "Mostre suas mãos!", e imediatamente seguem: "Arma, arma, arma!". Então eles dispararam 20 vezes. Ao revisar o corpo, os agentes só encontraram um celular iPhone.
O caso gerou grandes protestos em Sacramento, que bloquearam avenidas, e cerca de 500 pessoas compareceram ao funeral.
"A morte de Stephon Clark foi uma tragédia que teve um impacto devastador em sua família e em nossa comunidade", disse Schubert em seu relato. "Um jovem perdeu a vida" e "nenhuma decisão ou relatório irá restaurar a vida de Stephon Clark".
"O fato de que as acusações criminais não sejam apropriadas sob a lei neste caso em nada diminui a frustração e raiva que muitos de nossa comunidade têm manifestado desde a sua morte. Aqueles que levantaram suas vozes merecem ser ouvidos".
Pequenas manifestações foram registradas no fim de semana em frente ao departamento de polícia e a um shopping, que fechou as portas por precaução.
O time de basquete da capital californiana, o Sacramento Kings, disse que esperava novos protestos durante o jogo desta segunda à noite.
Os arredores do estádio foram fechados e apenas pessoas com ingressos serão permitidas.
"Sem justiça, não há paz. Parem de proteger os porcos", "#YoSoyStephonClark", "Acusem os oficiais", foi lido nos cartazes do fim de semana.
Os negros representam a grande maioria dos civis mortos por oficiais das forças de ordem, que muitas vezes não são acusados pela Justiça.
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