Operação contra o EI na Síria desacelera
Champ pétrolier d'Al-Omar, Syrie, 5 Mar 2019 (AFP) - As Forças Democráticas Sírias (FDS), apoiadas por uma coalizão internacional liderada por Washington, se preparam nesta terça-feira (5) para novas evacuações de civis e jihadistas de Baghuz, último reduto do grupo Estado Islâmico (EI) na Síria.
Quase 3.000 pessoas deixaram a localidade nas últimas 48 horas.
As FDS desaceleraram sua ofensiva para permitir que os civis e os combatentes jihadistas que querem se render deixem o enclave, na província de Deir Ezzor.
Desde o último domingo, "cerca de 3.000 pessoas foram evacuadas do reduto do Estado Islâmico", informou na segunda-feira o porta-voz das FDS Mustafa Bali.
"Entre o grupo havia um grande número de jihadistas do EI que se renderam", ressaltou no Twitter.
Após a evacuação de milhares de civis, a maioria mulheres e crianças dos jihadistas, as FDS retomaram na sexta-feira sua ofensiva contra os últimos combatentes do EI, com o apoio dos ataques aéreos da coalizão.
"Ainda há civis em Baghuz e as FDS tentam liberá-los", informou à AFP um oficial das FDS, que acusou o EI de usá-los como "escudos humanos".
O Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH) informou, por sua vez, a "evacuação de 280 jihadistas" que capitularam desde a desaceleração das operações.
Escondidos em meio a um mar de minas terrestres, os jihadistas têm atiradores e apostam em contra-ataques.
Depois de uma ascensão meteórica em 2014, o EI proclamou em junho do mesmo ano um "califado" nas vastas áreas conquistadas na Síria e no vizinho Iraque. Mas, em face de várias ofensivas nos últimos dois anos, os jihadistas perderam terreno, restando apenas este quarteirão em Baghuz.
A perda de Baghuz vai significar o fim territorial do "califado" na Síria, após sua derrota no Iraque em 2017. Mas o grupo já começou sua transformação em uma organização clandestina. Seus combatentes estão espalhados no deserto da Síria, no centro do país, e ainda conseguem realizar ataques mortais.
Cerca de 53 mil pessoas, em sua maioria parentes de jihadistas, deixaram Baghuz desde dezembro, de acordo com o Observatório. Entre elas, mais de 5.000 jihadistas foram presos, segundo a mesma fonte.
A grande maioria dos evacuados foi transferida para o campo de deslocados de Al-Hol, mais ao norte.
A população do campo atualmente chega a mais de 56 mil pessoas, "mais de 90 por cento das quais são mulheres e crianças", informou nesta terça-feira o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) na Síria.
"Entre 22 de fevereiro e 1 de março, cerca de 15.000 pessoas chegaram ao campo", disse o OCHA, relatando a morte de 90 pessoas, das quais dois terços com menos de cinco anos de idade, no trajeto de Baghuz para Al-Hol ou logo após a sua chegada ao acampamento.
Essas pessoas precisam de "ajuda imediata", advertiu na segunda-feira o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) em um comunicado.
"As pessoas estão embrulhadas em roupas porque não têm lugares fechados para dormir. Algumas nem têm tendas e ficam expostas à chuva, ao vento e a temperaturas extremas", lamentou.
bur-rh/bek/tgg/feb/mr
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