Países da UE rejeitam lista negra de Bruxelas sobre lavagem de dinheiro

Bruxelas, 6 Mar 2019 (AFP) - Os países da União Europeia (UE) rejeitaram, nesta quarta-feira, a nova lista negra de nações que lutam de forma insuficiente contra a lavagem de dinheiro e o financiamento do terrorismo, entre elas Panamá e Arábia Saudita, indicaram à AFP fontes europeias.

A decisão foi tomada por "unanimidade" dos embaixadores dos países europeus em Bruxelas, confirmaram as fontes.

Os 28 ministros do Interior do bloco devem formalizar na quinta-feira a rejeição à lista da Comissão Europeia, alvo de críticas a seu processo de elaboração.

"O Conselho [da UE] não pode apoiar a proposta atual, que não foi estabelecida em um processo transparente", diz a decisão ao ser aprovada pelos ministros europeus, que pedem que Bruxelas elabore uma nova lista que atenda a seus padrões rigorosos.

Em 13 de fevereiro, o executivo da comunidade propôs uma lista de 23 países ou territórios de "alto risco", que substituiriam outra em vigor desde julho.

Entre os sete novos nomes estão Panamá, Arábia Saudita e alguns norte-americanos como Porto Rico.

Mas para os 28, o processo utilizado não incentiva "países afetados ativamente a tomarem medidas decisivas" e também não respeita o direito destes de "serem ouvidos", acrescenta a declaração anexada à proposta de decisão dos ministros.

Até mesmo o Grupo de Ação Financeira (GAFI), uma instituição intergovernamental que luta contra a lavagem de dinheiro e cujo trabalho ajudou Bruxelas a elaborar sua lista, disse estar "muito preocupado" com a lista negra de Bruxelas.

A Comissão inclui de fato 12 países identificados por este organismo: Bahamas, Botswana, Coreia do Norte, Etiópia, Gana, Irão, Paquistão, Síria, Sri Lanka, Trindade e Tobago, Tunísia e Iêmen.

Mas ele também adiciona outros 11 nomes. Além do Panamá e da Arábia Saudita, a lista europeia visa ao Afeganistão, Iraque, Líbia, Nigéria, Samoa e quatro territórios americanos: Guam, Ilhas Virgens, Porto Rico e Samoa Americana.

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