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Ex-assessor de campanha de Trump recebe sua sentença nesta quinta

07/03/2019 15h12

Washington, 7 Mar 2019 (AFP) - Paul Manafort, ex-diretor de campanha do presidente Donald Trump, receberá sua sentença nesta quinta-feira após ser condenado por várias acusações de fraude, crimes que podem levá-lo à prisão pelo resto de sua vida.

Manafort, que completa 70 anos em abril, foi condenado por um júri da Virgínia em agosto por fraude bancária e fiscal em um processo que correu em Alexandria, no estado da Virgínia (leste), e que atraiu muita atenção da mídia.

Dono de gostos extravagantes que foram revelados no julgamento - ele gastou US$ 15 mil por uma jaqueta de couro de avestruz - desde a sua prisão perdeu um pouco de seu esplendor.

Em uma das audiências, ele apareceu em uma cadeira de rodas vestindo macacão de presidiário. Seus advogados explicaram que ele sofre de gota e que está atormentado por "remorso", então eles pediram clemência no processo.

O caso de Manafort surgiu da investigação realizada pelo promotor especial Robert Mueller sobre um possível conluio entre a equipe de campanha de Trump e a Rússia nas eleições presidenciais de 2016.

Em uma dura mensagem dura, o gabinete de Mueller enfatizou a seriedade dos crimes cometidos por Manafort e o fato de que ele repetida e deliberadamente, violou a lei, e pediu uma sentença exemplar para o réu.

Durante a investigação sobre a interferência da Rússia nas eleições de 2016, Mueller se interessou pelo papel de Manafort, que liderou a campanha Trump por dois meses, e também tinha ligações com ucranianos ligados a Moscou.

O ex-chefe do FBI descobriu provas de fraudes financeiras anteriores a 2016, entre elas a omissão de mais de 55 milhões de dólares distribuídos em mais de trinta contas no exterior à Receita.

Mueller também que demostrou que Manafort escondeu suas atividades de consultoria para o ex-presidente ucraniano Viktor Yanukóvich, apoiado por Moscou, o que constitui uma infração às legislações sobre grupos de pressão.

Esta parte do processo é alvo de uma investigação seaprada ante um tribunal federal de Washington.

Manafort aceitou declarar-se culpado e cooperar com Mueller na esperança de obter uma redução de pena, mas, segundo a justiça, ele não cumpriu com o prometido e continuou mentindo aos investigadores, em especial sobre seus vínculos com um antigo sócio chamado Konstantin Kilimnik que, segundo os Estados Unidos, é suspeito de estar vinculado aos serviços de inteligência russos.

Sua pena no segundo processo será conhecida em 13 de março.

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