General dos EUA alerta para risco de ressurgimento do Estado Islâmico
Perto de Baghuz, Siria, 7 Mar 2019 (AFP) - Um general americano alertou, nesta quinta-feira (7), que a guerra contra o grupo Estado Islâmico (EI) está "longe de terminar", apesar da perda de território dos jihadistas, enquanto os sobreviventes deixam o último reduto do "califado" agonizante no leste da Síria.
A ofensiva das Forças Democráticas Sírias (FDS), apoiada pela coalizão internacional liderada por Washington, provocou um êxodo interminável de crianças, mulheres e homens carregando mochilas pesadas, muitos feridos, do povoado de Baghuz, onde os combatentes do EI resistem.
Mas o general Joseph Votel, comandante das forças americanas no Oriente Médio, advertiu que "a população do Estado Islâmico sendo evacuada dos remanescentes vestígios do califado permanece em grande parte sem remorso, determinada e radicalizada".
As FDS ainda esperam para ver se mais sobreviventes vão deixar a localidade, antes de lançar o que acreditam que será o golpe final contra os jihadistas, que estão em um acampamento improvisado às margens do Eufrates.
A saída de sobreviventes surpreendeu as FDS, e as operações tiveram que desacelerar para permitir as evacuações.
Apesar disso, as forças curdo-árabes avançam, reconquistando há poucos dias uma parte do setor jihadista, informou uma fonte das FDS à AFP.
As famílias restantes foram levadas para o outro lado do acampamento perto do rio, acrescentou.
Nesta quinta, os combatentes das FDS realizaram disparos de artilharia contra o reduto.
Mais de 7.000 pessoas deixaram Baghuz desde domingo, disse à AFP Adnane Afrine, porta-voz das FDS.
O fogo de artilharia da aliança curdo-árabe e os bombardeios da coalizão no fim de semana parecem ter afetado os obstinados jihadistas.
Votel, por outro lado, disse a uma comissão no Congresso dos Estados Unidos nesta quinta-feira que o EI já se prepara para um ressurgimento, apesar da perda de território.
"A redução do califado físico é uma realização militar monumental - mas a luta contra o EI e seu extremismo violento está longe do fim e nossa missão continua a mesma", declarou.
"Nós precisaremos manter uma ofensiva vigilante contra essa organização agora amplamente dispersa e desagregada", acrescentou.
O presidente americano, Donald Trump, surpreendeu seus aliados em dezembro com o anúncio da retirada dos 2.000 soldados americanos da Síria.
Posteriormente, a Casa Branca indicou que 200 soldados de "manutenção da paz" permaneceriam no norte da Síria indefinidamente.
Membros da administração Trump, incluindo do Departamento de Defesa, advertiram várias vezes que sem uma presença sustentada, os jihadistas poderiam ressurgir na Síria em questão de meses.
Cerca de um décimo das 58 mil pessoas que deixaram Baghuz desde o início de dezembro são jihadistas tentando retornar a uma vida civil, segundo o Observatório Sírio para Direitos Humanos (OSDH).
Entre essas pessoas, mais de 6.000 jihadistas foram presos.
Os jihadistas remanescentes estão agora cercados por todos os lados, com as forças do governo sírio e seus aliados na margem ocidental do Eufrates bloqueando qualquer fuga através do rio e com as forças do governo iraquiano impedindo-os de avançar.
Um comandante das FDS indicou que 400 jihadistas foram capturados na noite de terça-feira enquanto tentavam fugir de Baghuz.
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