China tomará 'medidas necessárias' para proteger Huawei
Pequim, 8 Mar 2019 (AFP) - O ministro chinês das Relações Exteriores, Wang Yi, declarou nesta sexta-feira que Pequim adota e seguirá adotando "todas as medidas necessárias" para defender a gigante chinesa de telecomunicações Huawei.
"Corresponde ao governo chinês assumir esta responsabilidade", disse Wang Yi durante entrevista coletiva, considerando que o grupo é alvo de uma "repressão política deliberada" por parte dos Estados Unidos.
Os Estados Unidos proibiram a Huawei de participar da instalação em seu território do 5G, a quinta geração de internet móvel, alegando que a China poderá utilizar os equipamentos do grupo para espionagem.
A justiça americana também quer julgar a diretora financeira da Huawei, Meng Wanzhou, por violar as sanções ao Irã. Meng foi detida no Canadá, onde permanece sob liberdade vigiada.
"Basta ter uma postura objetiva e imparcial para ver que as recentes ações contra uma empresa e particulares chineses não são um simples caso judicial, mas sim uma repressão política deliberada", disse Wang Yi à imprensa.
"Neste sentido, adotamos e seguiremos adotando todas as medidas necessárias para proteger com decisão os direitos e interesses legítimos das empresas e dos cidadãos chineses".
Nesta quinta-feira, Huawei informou que está processando os Estados Unidos por proibir as agências federais de comprar equipamentos e serviços do grupo.
A empresa chinesa também pedirá uma indenização por danos e prejuízos aos Estados Unidos por restrições "inconstitucionais" que sofre.
"Apoiamos as empresas e pessoas afetadas no uso de armas legais para proteger seus direitos e interesses", disse Wang Yi. "O que queremos é defender não apenas os direitos e interesses de uma empresa, mas também o legítimo direito de desenvolvimento de um país, de uma nação, e de todos os países do mundo que desejam melhorar seu nível de desenvolvimento científico e tecnológico".
A Huawei é líder mundial em equipamentos de telecomunicações, mas seu controle do mercado gera uma preocupação crescente nos Estados Unidos, que quer se manter à frente do setor tecnológico.
O governo americano também diz estar preocupado com o fato de Pequim usar "backdoors", as portas de entrada em equipamentos que potencialmente permitem espionar as comunicações.
Essa preocupação tem suas origens no passado do fundador da Huawei, um ex-engenheiro do Exército chinês, e em uma lei que exige que grupos com sede social na China forneçam assistência técnica aos serviços de inteligência.
A Huawei lançou nas últimas semanas uma campanha de comunicação agressiva para defender sua imagem. O outrora discreto fundador da companhia, Ren Zhengfei, de 74 anos, tem dados várias palestras e entrevistas nas últimas semanas. Nesta quarta, a empresa organizou uma visita a suas instalações de produção, pesquisa e desenvolvimento no sul da China.
ehl/lr
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