Topo

Congresso declara estado de alerta na Venezuela ante 'calamidade' por apagão

11/03/2019 19h32

Caracas, 11 Mar 2019 (AFP) - A maioria opositora do Parlamento da Venezuela, a pedido de seu presidente Juan Guaidó, declarou nesta segunda-feira estado de "alerta nacional" ante a "calamidade pública" gerada pelo apagão que afeta o país petroleiro há quatro dias.

"Declara-se o estado de alerta (...) em todo o território nacional, devido à calamidade pública gerada pela interrupção sustentada do abastecimento elétrico que afetou a grande maioria dos venezuelanos", indica o decreto proposto por Guaidó, reconhecido como presidente interino por mais de 50 países, no qual pede "cooperação internacional" para superar a grave crise.

Com o estado de alerta, vigente por 30 dias e que poderá ser prorrogado pelo mesmo período, Guaidó pediu a "cooperação internacional" para superar a crise e determinou aos representantes diplomáticos que nomeou no exterior a coordenar o apoio internacional.

O presidente interino também ordenou aos militares e aos corpos de segurança que se "abstenham de impedir ou obstruir" os protestos no país, que voltarão às ruas nesta terça-feira.

Mas o alcance do "alarme nacional" não deve ser significativo em um país onde Maduro controla as Forças Armadas e praticamente todas as instituições do Estado.

Desde a quinta-feira, a Venezuela está paralisada por um apagão que atingiu Caracas e 22 dos 23 estados do país.

Guaidó justificou a declaração do "alerta nacional" diante da "catástrofe" que tem custado a vida de "dezenas" de pessoas nos hospitais, além da escassez de água, alimentos, falta de comunicações e paralisação dos transportes.

"Não há normalidade na Venezuela e não vamos permitir que se normalize a tragédia (...), por isto este decreto", disse Guaidó, atribuindo à "corrupção e à ineficiência do regime" pela falta de eletricidade.

Maduro afirma que o apagão foi provocado por "um ataque cibernético eletromagnético" dirigido pelos Estados Unidos contra a hidroelétrica de Guri, no estado de Bolívar.

mis-erc/lr