Imigrante iraquiano pede perdão por homicídio que comoveu a Alemanha
Wiesbaden, Alemanha, 12 Mar 2019 (AFP) - Um imigrante iraquiano pediu perdão nesta terça-feira no primeiro dia de seu julgamento pelo assassinato de uma adolescente, um crime que chocou a Alemanha e serviu à extrema direita para denunciar a imigração muçulmana.
Durante a audiência em Wiesbaden (oeste), Ali Bashar, de 22 anos, escondeu o rosto com as mãos e depois admitiu o crime cometido em 23 de maio contra Susanna Feldmann, de 14 anos, mas negou tê-la estuprado, ratificando assim a confissão que fizera durante a investigação.
"De repente, vi tudo preto e aconteceu", disse ele por meio de um intérprete. Então ele pediu perdão aos pais da vítima, embora segundo eles "não mudará nada".
Segundo o acusado, que pode ser condenado à prisão perpétua, a relação sexual com a jovem foi consentida, mas depois ela ficou com raiva ao cair e ameaçou ir à polícia. Foi por esse motivo que ele estrangulou sua vítima, segundo o réu.
Ali Bashar também será julgado com outra pessoa a partir de 19 de março por estuprar várias vezes uma menina de 11 anos de idade.
Seu caso foi usado pelo partido de extrema direita Alternativa para a Alemanha (AfD) para denunciar a política de acolhida de migrantes da chanceler Angela Merkel em 2015 e 2016, dois anos em que mais de um milhão de migrantes chegaram ao país, entre eles Ali Bashar.
O AfD entrou para o Parlamento em setembro de 2017 em um contexto de preocupação com a imigração. Desde então, multiplicou as campanhas que apresentam os imigrantes árabes e muçulmanos como criminosos que ameaçam as mulheres alemãs.
ald-alf/ilp/lch/pc/mr
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