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Boeing corre para buscar solução para seu avião 737 MAX

15/03/2019 19h17

Nova York, 15 Mar 2019 (AFP) - Antes de conhecer as causas do acidente do avião 737 MAX da Ethiopian Airlines, a fabricante americana Boeing se apressa em encontrar uma modificação para o sistema de estabilização deste modelo, que poderia estar envolvido em dois acidentes em cinco meses.

Espera-se que em cerca de 10 dias a fabricante modifique o sistema de estabilização MCAS dos aviões 737 MAX 8, apontado como responsável pelo acidente com este modelo da Lion Air que deixou 189 mortos, indicaram nesta sexta fontes próximas à investigação.

As fontes advertiram que ainda não se sabe a causa do acidente fatal de uma aeronave da Ethiopian Airlines também equipada com o Maneuvering Characteristics Augmentation System (MCAS), no fim de semana passado.

A fabricante americana começou a trabalhar em uma solução para o sistema MCAS após o acidente da Lion Air, disse uma das fontes à AFP. A modificação está próxima da conclusão e levaria apenas duas horas para ser aplicada.

Contactada pela AFP, a Boeing se recusou a comentar esta informação.

- Caixas pretas muito danificadas -A Boeing realizou uma teleconferência nesta quinta-feira com três companhias aéreas que compraram algumas unidades do 737 MAX e apresentaram a solução, disse a segunda fonte.

A empresa deve informar outros clientes no início da próxima semana, declarou.

A delegação etíope liderada pelo chefe do Departamento de Investigação de Acidentes do país chegou ao Escritório Francês de Pesquisa e Análise (BEA, na sigla original) para iniciar a investigação.

Por enquanto, nada se sabe do conteúdo das caixas pretas, que foram danificadas após o incidente. Uma delas, a FDR, contém os parâmetros de vôo e a outra, a CVR, as conversas e alarmes da cabine.

O BEA disponibilizou dez técnicos do centro. O trabalho no CVR poderia ser estendido até sábado, escreveu o BEA no Twitter.

A Etiópia pediu à França que fizesse a análise, pois não tem laboratório para analisar essas caixas pretas.

Fabricadas pela americana L3 Technologies, as caixas pretas contêm novas tecnologias.

A BEA divulgou fotos da caixa FDR em que estava notavelmente danificada, embora esses dispositivos sejam conhecidos por resistir a impactos fortes.

Isso "não é bom para a integridade dos dados que elas contêm", explicou um ex-funcionário da BEA.

Se os dados contidos nas caixas forem afetados, a agência francesa poderia pedir ao seu fabricante para reconstruí-las total ou parcialmente.

O órgão norte-americano responsável pela segurança do transporte (NTSB) enviou três pesquisadores à França para participar da investigação, uma prática comum, já que a aeronave é da fabricante americana Boeing.

A Boeing anunciou na quinta-feira a suspensão das entregas do avião 737 MAX "até que uma solução seja encontrada", mas descartou a interrupção da produção da aeronave, o modelo mais vendido da empresa.