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França proibirá manifestações em 'alguns bairros' após protestos violentos em Paris

18/03/2019 16h01

Paris, 18 Mar 2019 (AFP) - O governo francês anunciou, nesta segunda-feira (18), a demissão do chefe de polícia de Paris e a proibição de manifestações em várias partes do país, dois dias após violentos distúrbios na Champs-Elysées durante manifestação dos "coletes amarelos".

"Insuportável!", "até onde iremos?", "como parar isso?". A exasperação após as novas cenas de vandalismo e violência ocorridas no sábado, durante um novo dia de protestos deste coletivo antigoverno, monopolizou nesta segunda a cobertura da imprensa francesa.

Joalherias e lojas saqueadas, restaurantes e bancos incendiados, confrontos entre manifestantes e policiais. As imagens de violência na famosa avenida parisiense causaram indignação e fizeram lembrar as cenas de caos de dezembro, quando o Arco do Triunfo foi vandalizado.

Criticado, o governo admitiu que houve "falhas" no dispositivo de segurança estabelecido neste final de semana.

"Os acontecimentos em Paris no último, especialmente na Champs-Elysées, são intoleráveis e o presidente da República pediu ao governo uma resposta à altura da situação", lembrou o primeiro-ministro Edouard Philippe, ao final de uma reunião de crise presidida por Emmanuel Macron no Palácio do Eliseu.

Philippe anunciou várias medidas destinadas a impedir que o cenário se repita. Entre elas, a demissão do chefe de polícia de Paris, Michel Delpuech, que será substituído na quarta-feira por Didier Lallement, chefe de polícia da região de Aquitaine, no sudoeste da França.

O primeiro-ministro também anunciou a proibição de "manifestações nos bairros mais afetados quando tivermos conhecimento da presença de vândalos e sua vontade de causar danos", incluindo na famosa Champs-Elysées, na praça Pey-Berland em Bordeaux e na praça do Capitólio em Toulouse (sudoeste).

Além disso, haverá um aumento considerável na multa aplicada a quem participar de uma manifestação proibida, de 38 euros para 135 euros.

As seguradoras avaliaram os prejuízos de quatro meses de protestos, sem contar os deste sábado, em 170 milhões de euros.

De acordo com um membro do círculo de Macron, o chefe de Estado está "determinado" a parar com esses atos de violência e acredita que "não há diálogo possível com esse núcleo duro de extremistas".

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