Senado italiano confirma imunidade do ministro Salvini

Roma, 20 Mar 2019 (AFP) - O Senado italiano confirmou nesta quarta-feira a imunidade do ministro do Interior, Matteo Salvini (extrema direita), que foi acusado de sequestro em agosto de um grupo de migrantes.

"Já temos 232 votos a favor", disse um dos deputados que apresentaram a moção de confirmação da imunidade do ministro, homem forte do governo de coalizão entre a extrema direita Liga e a formação antissistema do Movimento 5 Estrelas.

Um tribunal de ministros, composto por magistrados da Sicilia, pediu em janeiro a abertura de um processo contra Salvini pelo sequestro de migrantes.

Segundo a lei italiana, o tribunal especial deve pedir ao Parlamento permissão para iniciar o processo quando se trata de um ministro no exercício das suas funções.

Dado o fato de que o governo tem uma maioria confortável no Parlamento, a autorização não foi aprovada. O resultado oficial da votação será anunciado mais tarde.

O caso em questão remonta a agosto, quando o navio "Diciotti" da guarda costeira italiana resgatou 170 migrantes, que puderam finalmente desembarcar depois de passar vários dias dentro do navio ao largo da ilha de Lampedusa.

Salvini mostrou aos senadores os resultados de sua política de repressão aos migrantes, que incluiu o fechamento de portos para navios humanitários.

"Menos partidas, menos chegadas e menos mortes", repetiu ele.

"Agradeço a Deus e aos italianos pela honra de defender o meu país e meus filhos com meu trabalho, que eu acredito realizar com honestidade, bom senso e coragem", concluiu.

De acordo com sua política, a polícia ordenou esta semana o sequestro do navio "Mare Jonio", fretado por organizações de esquerda, com 49 migrantes resgatados em águas internacionais na segunda-feira.

"Vamos apelar, mesmo se não gozarmos de imunidade. Estamos certos de que agimos em conformidade com a lei e felizes em ter salvo 49 pessoas", disse a organização.

Os migrantes desembarcaram, mas o navio foi detido por ordem do procurador de Agrigento, que abriu uma investigação contra os responsáveis pela embarcação por incentivar a imigração ilegal.

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