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Grupo dissidente reivindica ataque à embaixada da Coreia do Norte em Madri

27/03/2019 07h20

Seul, 27 Mar 2019 (AFP) - Um grupo de oposição ao dirigente norte-coreano Kim Jong Un reivindicou nesta quarta-feira o recente ataque à embaixada da Coreia do Norte em Madri e afirmou que compartilhou informações importantes com o FBI, a polícia federal dos Estados Unidos.

A organização Defesa Civil de Cheollima (CCD, na sigla em inglês) anunciou que executou a operação, sem violência e sem armas, para acabar com as atividades ilegais das representações diplomáticas norte-coreanas.

Na terça-feira, a justiça espanhola acusou um mexicano, Adrián Hong Chang, 35 anos, de ter liderado o grupo que invadiu em 22 de fevereiro a embaixada norte-coreana em Madri, poucos dias antes de uma reunião de cúpula entre Kim e Donald Trump em Hanói.

Um tribunal espanhol afirmou que o mexicano, que teria atuado por vontade própria, liderou um grupo de 10 pessoas no ataque.

No local, Hong Chang e seus cúmplices, incluindo ao menos um americano e um sul-coreano, exibiram armas de fogo falsas, pequenos machados, facas e barras de ferro.

Aproveitando um "descuido dos funcionários", entraram na embaixada e agrediram as pessoas, que foram imobilizadas.

A CCD negou ter atuado com violência em um comunicado publicado na internet.

"Nos convidaram à embaixada e, ao contrário do que dizem, ninguém foi amordaçado ou agredido", afirmou o grupo.

"Por respeito à nação anfitriã, Espanha, não foram usadas armas. Todos os ocupantes da embaixada foram tratados com dignidade", completou.

O grupo, que oferece assistência às pessoas que tentam desertar da Coreia do Norte, se tornou conhecido em 2017 quando divulgou um vídeo do filho do meio-irmão assassinado do dirigente norte-coreano, alegando que garantia a sua segurança.

No mês passado, a CCD proclamou um governo no exílio para o Norte chamado "Free Joseon", antigo nome da Coreia.

"A organização compartilhou algumas informações de grande valor potencial com o FBI nos Estados Unidos, sob termos mutuamente acordados de confidencialidade", afirma o comunicado.