ONU informa sobre novos recordes de temperatura nos oceanos
Genebra, 28 Mar 2019 (AFP) - Os oceanos atingiram recordes de temperatura em 2018, alertou nesta quinta-feira a ONU, que teme os riscos à vida devido à mudança climática.
A ONU indicou em fevereiro que o período 2015-2018 foi o mais quente desde o início dos registros meteorológicos.
No relatório divulgado nesta quinta-feira sobre o estado do clima no mundo, a Organização Meteorológica Mundial (OMM) forneceu detalhes sobre a proliferação de "manifestações físicas" das mudanças climáticas, tais como eventos climáticos extremos, e forneceu detalhes de seu impacto socioeconômico.
Segundo a OMM, o conteúdo térmico dos oceanos atingiu novos níveis em 2018 entre 0 e 700 m de profundidade (registros que datam de 1955) e entre 0 e 2000 m (registros que datam de 2005), "pulverizando os recordes 2017".
A subida do nível do mar continuou "a um ritmo acelerado", atingindo um recorde, de acordo com a OMM.
Esta aceleração do aumento do nível médio do mar é especialmente causada pelo "aumento da taxa de perda de massa glaciar dos inlandsis" (geleiras permanentes e calotas polares).
A extensão do gelo do Ártico foi menor do que o normal ao longo de 2018, mostrando recordes de queda em janeiro e fevereiro. E até o final de 2018, a extensão do gelo marinho, em média diária, estava próxima do menor nível já observado.
"Os dados divulgados são muito preocupantes. Os últimos quatro anos foram os mais quentes já registrados, e a temperatura média na superfície do globo em 2018 foi superior em 1°C os valores pré-industriais", ressaltou o secretário-geral da ONU, António Guterres, na introdução do relatório.
"Não há tempo para hesitação", acrescentou.
De acordo com o relatório, em 2018, a maioria dos perigos naturais, dos quais cerca de 62 milhões de pessoas foram vítimas, estiveram relacionados a condições climáticas extremas. Como no passado, as inundações afetaram mais pessoas, atingindo a cifra de 35 milhões.
Além disso, mais de 1.600 mortes estiveram relacionadas às ondas de intenso calor e incêndios florestais que afetaram a Europa, Japão e Estados Unidos, e os danos materiais se aproximam dos 24 bilhões de dólares nesse último país.
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