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Jornais sérvios dizem que incêndio em Notre-Dame foi 'castigo divino'

16/04/2019 10h59

O incêndio de Notre-Dame de Paris é um "castigo divino", afirmaram dois tabloides sérvios ao recordar que durante a celebração do centenário do Armistício de 1918 uma bandeira do Kosovo foi hasteada na catedral.

"O castigo divino os atingiu", afirmam os jornais Alo e Informer.

Alo considera o acidente uma punição por terem "cuspido nas vítimas sérvias" da guerra do Kosovo.

Ligadas ao poder, as duas publicações retiraram rapidamente os textos dos sites durante a noite.

Durante as comemorações de 11 de novembro do centenário do fim da I Guerra Mundial (1914-1918), o interior da catedral parisiense recebeu as bandeiras de todos os convidados à cerimônia, entre elas a do Kosovo.

A Sérvia, que não reconheceu a independência de sua ex-província meridional, considerou o fato um "escândalo".

As relações entre Paris e Belgrado pioraram quando o presidente do Kosovo, Hashim Thaçi, foi colocado na tribuna de honra, enquanto o presidente da Sérvia, Aleksandar Vucic, foi posicionado em uma tribuna secundária.

Nas redes sociais, o tema ganhou repercussão.

"Que arda qualquer um que tenha bombardeado a República Srpska (entidade sérvia da Bósnia) e Sérvia, inocentes e impotentes", escreveu no Twitter o usuário Rajko Vasic.

A Sérvia recorda o 20º aniversário dos bombardeios da Otan em Belgrado, que obrigaram o país a retirar suas tropas de Kosovo, encerrando o conflito contra os separatistas albaneses-kosovares. Os sérvios consideram esta ação uma humilhação e um profundo trauma.

"Todos os que comemoram esta noite deveriam se perguntar quais são os nossos pecados, após o incêndio que destruiu a igreja (sérvia) São Sava" de Nova York em 2016, opinou Alex Krstanovic.

O presidente Aleksanadr Vucic expressou apoio à França e afirmou que "todos os cidadãos da Sérvia estão tristes".

Ele afirmou que seu país está disposto "a ajudar na reconstrução deste símbolo da civilização francesa e mundial".

Paris comovida após incêndio em Notre-Dame

AFP