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Presidente chinês promete acabar com subvenções que violam concorrência

26/04/2019 00h54

Pequim, 26 Abr 2019 (AFP) - O presidente chinês, Xi Jinping, prometeu nesta sexta-feira acabar com as subvenções "que alteram a (livre) concorrência", em resposta à exigência dos Estados Unidos, que acusa Pequim de apoiar de forma abusiva suas empresas estatais.

"Revisaremos e aboliremos as regulamentações, subvenções e práticas não justificadas que alteram a concorrência e os mercados", declarou Xi.

"Trataremos de forma equitativa todas as empresas para favorecer a emergência de um ambiente comercial baseado no mercado e no direito", prometeu o líder chinês, que defendeu o "não ao protecionismo".

As subvenções concedidas por Pequim a suas empresas estatais são o pomo da discórdia entre China e Estados Unidos, que se enfrentam a um ano em uma guerra comercial deflagrada pelo presidente Donald Trump.

Durante discurso em Pequim por ocasião da cúpula dedicada a seu projeto de grandes infraestruturas conhecido como Novas Rotas da Seda, Xi prometeu ainda aumentar as importações chinesas, manter a taxa de câmbio do iuane e proibir as transferências de tecnologia impostas às empresas estrangeiras que operam na China.

Falando para uma audiência de 37 chefes de Estado e de governo em Pequim, Xi Jinping também se posicionou a favor de projetos "transparentes" e "viáveis" para os orçamentos dos países que participam das Novas Rotas da Seda, e prometeu combater a corrupção.

"Tudo deve ser feito de forma transparente e precisamos ter tolerância zero com a corrupção".

O enorme projeto de infraestruturas através de Ásia, Europa e África é apontado por muitos como uma "armadilha de dívida" para os países destinatários de investimentos chineses.

Segundo o presidente, a China também promoverá um desenvolvimento "verde", rebatendo as críticas a represas e usinas de carvão que prejudicariam o meio ambiente.

Participaram do encontro em Pequim o presidente russo, Vladimir Putin, e o primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte, cujo país se tornou no mês passado o primeiro membro do G7 a aderir às Novas Rotas da Seda.

O presidente egípcio, Abdel Fatah al Sissi; o premier grego, Alexis Tsipras; e o presidente suíço, Ueli Maurer, também viajaram à capital chinesa.

Mas a maioria dos países da Europa ocidental, prudentes em relação ao projeto chinês, enviaram apenas ministros, e os Estados Unidos não foram representados.

As Novas Rotas da Seda "não são um clube" fechado, destacou Xi Jinping.

Desde o lançamento da iniciativa, em 2013, a China já investiu 80 bilhões de euros e seus bancos emprestaram entre 175 e 265 bilhões, segundo Xiao Weiming, alto funcionário chinês encarregado do programa.