Começa no Marrocos julgamento de 12 acusados de estupro em grupo
Rabat, 21 Mai 2019 (AFP) - O julgamento de 12 homens acusados pelo sequestro e estupro em grupo de uma adolescente marroquina em agosto, um caso que comoveu o país, começou nesta terça-feira em um tribunal de Beni Mellal.
Em um vídeo publicado em agosto e que viralizou, Khadija, uma adolescente de uma família pobre - e que tinha 17 anos no momento dos crimes - contou que havia sido sequestrada, detida, violentada e martirizada durante dois meses por um grupo de homens de sua aldeia, Oulad Ayad, perto de Bein Mellal.
O depoimento, no qual mostra as marcas de queimaduras de cigarro e tatuagens que, segundo ela, os agressores fizeram em seu corpo durante o cativeiro, gerou indignação no reino e uma forte mobilização contra "a cultura do estupro e da impunidade".
Os 12 acusados, com idades entre 19 e 29 anos, comparecem ao tribunal de apelação de Beni Mellal, que julgará o grupo por acusações de "maus-tratos a seres humanos, estupro, formação de quadrilha, sequestro e confinamento".
Outro acusado será julgado de forma separada em 11 de junho porque era menor de idade no momento dos crimes.
"Ainda estou traumatizada, o que aconteceu comigo não é fácil de suportar", declarou à AFP a jovem.
"Espero com impaciência o início do tratamentos para tirar as tatuagens. Não posso olhar minhas mãos, recordo todos os dias o que aconteceu", disse.
O juiz pediu para observar as tatuagens durante o julgamento, afirmou o advogado de Khadija, Ibrahim Hachane.
A decisão de Khadija de romper o silêncio e expor os crimes publicamente é algo incomum em uma sociedade conservadora, que leva as vítimas a não denunciar pelo medo do que pode provocar sobre sua reputação e suas famílias.
isb-hme/iw/bc/al
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