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Irlandeses se somam à reação pró-UE em eleições europeias

24/05/2019 22h03

Dublin, 25 Mai 2019 (AFP) - As forças contra o sistema encontraram nesta sexta-feira uma resistência inesperadamente forte entre os eleitores pró-europeus na Irlanda, como já havia ocorrido na véspera na Holanda, no segundo dia das eleições para o Parlamento europeu.

O partido pró-europeu do primeiro-ministro irlandês Leo Varadkar, Fine Gael, lidera as eleições, segundo pesquisas de boca de urna.

Os centristas do Fine Gael estavam na liderança em dois dos três distritos eleitorais irlandeses, enquanto os verdes estavam na liderança em Dublin, de acordo com as pesquisas.

Esta eleição na Irlanda teve o Brexit como tema dominante, já que é uma questão fundamental para os irlandeses e especialmente depois que a primeira-ministra britânica, Theresa May, anunciou sua renúncia para o dia 7 de junho.

Ao votar em Dublin, Varadkar advertiu que o processo da eventual saída britânica do bloco europeu inicia uma fase "muito perigosa", já que May poderá ser substituída por um defensor ainda mais duro do Brexit.

"Mas em qualquer situação, vamos manter a calma. Continuaremos a construir e fortalecer alianças com a União Europeia".

A Irlanda tem atualmente 12 eurodeputados, mas o país deve ganhar mais duas cadeiras quando o Reino Unido deixar a UE, o que provocará a distribuição das 73 cadeiras ocupadas atualmente pelos britânicos na Eurocâmara. Mas os irlandeses, como os demais países do bloco, só poderão ocupar as vagas após a saída efetiva de Londres.

A República Tcheca organiza a votação em dois dias, sexta-feira e sábado.

Analistas alertam para a possibilidade de um forte avanço das forças conservadoras contrárias ao projeto de integração europeu.

Durante quatro dias de votações, mais de 400 milhões de eleitores estão registrados para comparecer às urnas em 28 países e designar 751 representantes. Reino Unido e Holanda iniciaram o processo na quinta-feira, mas a maioria dos países organizará o pleito no domingo, o que significa que os resultados oficiais só poderão ser divulgados a partir da noite de 26 de maio.

Estas é a nona eleição para o Parlamento Europeu desde 1979. O índice de participação registra queda a cada pleito, com apenas 43% em 2014.

- Surpresa -Na quinta-feira, o partido trabalhista holandês (PvdA) conseguiu uma vitória inesperada sobre os populistas e os liberais (VVD), do primeiro-ministro Mark Rutte.

O PvdA é liderado pelo vice-presidente da Comissão Europeia, Frans Timmermans, que incentivou os eleitores dos demais países a combater a onda conservadora: "Vamos! Continuem acreditando! Podemos fazer isto!"

"A todos os novos amigos na Europa que ainda estão em campanha, chegou a hora de vocês", declarou Timmermans.

Em todo o continente, líderes favoráveis à consolidação da União Europeia tratam de convencer o eleitorado sobre a importância de conter os movimentos conservadores.

Os olhares se voltam agora para França e Itália.

A Liga Italiana, de Matteo Salvini, e a Frente Nacional, da francesa Marine Le Pen, desejam que sua coalizão de direita, Europa das Nações e das Liberdades, se torne a terceira maior força de Bruxelas.

Enquanto a Liga de Salvini lidera as pesquisas na Itália, na França Le Pen planeja acertar um golpe no presidente Emmanuel Macron e em seu partido República em Marcha.

Já a Espanha e os países do Leste europeu devem votar em massa na União Europeia.

Na Alemanha, as pesquisas apontam a vitória do partido CDU, da chanceler Angela Merkel, seguido pelos Verdes, dois firmes defensores da unidade europeia.