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Autoridades francesas continuam em busca de autor de ataque em Lyon

26/05/2019 10h23

Lyon, 26 Mai 2019 (AFP) - A busca pelo suposto autor do atentado a bomba que deixou 13 feridos na sexta-feira (24) em Lyon, a terceira maior cidade da França, continuava neste domingo (26), comprometida pelas muitas áreas cinzentas ao redor de sua identidade e motivações.

Os investigadores sofreram um primeiro golpe no sábado (25), quando o DNA encontrado na bolsa que explodiu não forneceu nenhuma indicação.

O suspeito não está no Arquivo Nacional de DNA, de acordo com uma fonte próxima ao caso, esfriando as esperanças de uma rápida identificação do homem que foi filmado por câmeras de segurança próximas ao local da explosão.

De acordo com uma fonte próxima à investigação, há fortes suspeitas de que o explosivo utilizado seja TATP (tripeóxido de triacetona), em pequena quantidade. O TATP é um explosivo artesanal muito instável que foi usado nos ataques jihadistas em Paris em 13 de novembro de 2015 e em Bruxelas em março de 2016.

O procurador da República de Paris Rémy Heitz, que dirige a seção antiterrorista responsável pela investigação, afirmou no sábado que "dezenas de testemunhos estão sendo analisados", numa tentativa de esclarecer o ataque, que não foi reivindicado, e o seu autor.

A ministra da Justiça, Nicole Belloubet, ressaltou na sexta-feira à noite que era "muito cedo" para evocar "um ato terrorista".

"O modo de operação é um pouco peculiar, lembra o da rede (de Khaled) Kelkal (o suposto autor da onda de atentados de 1995 perto de Lyon). Neste caso, o alvo é que é estranho. Por que o Brioche Dorée (uma padaria)? Por que Lyon?", questionou uma fonte do sindicato da polícia.

No sábado à noite, a polícia postou no Twitter duas novas imagens do principal suspeito, que deixou o pacote com explosivo em frente a uma padaria em uma rua comercial de pedestres no coração de Lyon.

Essas fotos de baixa qualidade mostram um homem andando de bicicleta, com uma mochila e boné escuros.

De acordo com o alerta divulgado pela polícia, o homem usava um suéter verde-escuro com as mangas arregaçadas e bermuda clara e carregava uma mochila escura.

O ataque, que por enquanto não é descrito como terrorista pelas autoridades, ocorreu pouco antes da realização das eleições europeias na França, neste domingo.

O país viveu uma onda de ataques jihadistas sem precedentes a partir de 2015, que provocou um total de 251 mortes. O último fez cinco mortos e 10 feridos em 11 de dezembro de 2018 em Estrasburgo (nordeste).

Desde então, o nível de alerta de segurança tem sido mantido em "Segurança Reforçada - Risco de atentado" em todo o território, um sinal de uma persistente ameaça terrorista aos olhos das autoridades.

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