China acusa EUA de 'brincar com fogo' sobre Taiwan
Pequim, 30 Mai 2019 (AFP) - A China acusou os Estados Unidos, nesta quinta-feira (30), de "brincarem com fogo" a respeito de Taiwan, após várias iniciativas americanas tendendo a estreitar os laços com a ilha reivindicada pelo governo chinês, em especial o envio de embarcações para o estreito de Taiwan.
Washington rompeu em 1979 suas relações diplomáticas com Taipei para reconhecer Pequim como o único representante da China, mas continua sendo o aliado mais poderoso do território insular e seu principal fornecedor de armas.
"Nestes últimos tempos, os Estados Unidos jogaram com frequência a carta de Taiwan, em uma vã tentativa de usar isso contra a China. Criam ilusões", declarou o porta-voz do Ministério chinês da Defesa, Wu Qian, em entrevista coletiva.
A China considera Taiwan como parte de seu território. A ilha é dirigida por um regime rival que se refugiou ali, após a tomada do poder por parte dos comunistas no continente em 1949, posterior à guerra civil chinesa.
O território insular não é reconhecido como estado independente pela ONU. E a China ameaça recorrer à força, em caso de proclamação formal de independência em Taipei, ou de intervenção externa, especialmente por parte dos Estados Unidos.
Na semana passada, dois navios de guerra da Marinha americana cruzaram o estreito de Taiwan, que separa a China continental da ilha. A Marinha indicou que se tratava de uma missão de rotina, mas a China protestou oficialmente após o incidente.
Percebidas como provocações pela China, as manobras aconteceram várias vezes nos últimos meses.
Outras iniciativas provocaram a fúria da China em maio, especialmente a aprovação, por parte dos congressistas americanos, de uma lei que apoia Taiwan, e de um encontro entre o chefe da segurança taiwanesa, David Lee, e o conselheiro de Segurança Nacional dos EUA, John Bolton.
"Os Estados Unidos brincam com fogo com uma série de ações que afetam gravemente o desenvolvimento das relações entre ambos os países e os dois Exércitos e põe em perigo a paz e a estabilidade no estreito de Taiwan", afirmou Wu Qian.
Os atritos em torno de Taiwan aumentam neste momento de escalada das tensões bilaterais entre EUA e China, por conta da guerra comercial.
ehl-lth/sbr/cjc/eg/mb/tt
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