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Sete candidatos permanecem na disputa para suceder May; Boris Johnson confirma favoritismo

13/06/2019 15h51

Londres, 13 Jun 2019 (AFP) - O carismático e polêmico Boris Johnson confirmou nesta quinta-feira (13) a posição de favoritismo para substituir Theresa May na liderança do Partido Conservador britânico, como chefe de governo e à frente das negociações do Brexit, em uma primeira votação que eliminou três dos dez aspirantes.

Os 313 deputados conservadores votaram na primeira de uma série de rodadas destinadas a reduzir a disputa interna a apenas dois candidatos.

Duas mulheres e oito homens aspiravam a substituir May em Downing Street, mas três deles receberam menos do que os 17 votos necessários nesta quinta-feira: a ex-ministra de Relações com o Parlamento Andrea Leadsom, a ex-ministra do Trabalho e Previdência Esther McVey e o ex-diretor de disciplina parlamentar dos conservadores Mark Harper.

A votação serviu, sobretudo, para demonstrar o amplo favoritismo de Johnson. Ele foi o mais votado com 114 apoios, muito à frente do segundo colocado, o chanceler Jeremy Hunt (43).

"Estou feliz (...), mas ainda resta um longo caminho a percorrer", disse ele, ao agradecer a seus seguidores pelos apoio.

Depois de reconhecer a incapacidade para concretizar o Brexit, ante a rejeição do Parlamento ao acordo de divórcio que negociou durante dois anos com Bruxelas, May renunciou na sexta-feira como líder do Partido Conservador britânico.

Ela permanecerá como primeira-ministra apenas até que o partido designe um sucessor, um processo que deve terminar em julho.

Dos três candidatos eliminados, McVey e Leadsom eram as mais fervorosas defensoras de um Brexit sem acordo, uma possibilidade temida que outros aspirantes contemplam em maior, ou menor medida.

A votação será organizada novamente na próxima semana, com o aumento do número de apoios necessários, até que restem apenas dois nomes. Essas indicações serão submetidas à votação dos 160.000 membros do partido entre meados e fim de julho.

"Enfrentamos uma eleição crucial: quem conseguirá negociar opções melhores do que as ruins que já temos. Poucas vezes esteve em jogo algo mais importante do que isso para nosso país. É um momento sério que requer um líder sério", afirmou Hunt.

Boris Johnson, de 54 anos, ex-ministro das Relações Exteriores e ex-prefeito de Londres, conhecido pelas declarações incendiárias, era apontado desde a renúncia de May como o favorito. Por este motivo, suas palavras são examinadas com cuidado.

No lançamento oficial de sua campanha na quarta-feira (12), ele pareceu suavizar o tom a respeito da União Europeia (UE).

Johnson ressaltou a determinação de tirar o país do bloco em 31 de outubro, sem solicitar outros adiamentos, mas afirmou que contempla concretizar a medida sem um acordo apenas como "último recurso", caso não consiga renegociar os termos do divórcio.

A UE já afirmou em diversas ocasiões que não pretende reabrir os debates sobre o Tratado de Retirada negociado com May e aceitará apenas revisar a declaração política que o acompanha, estabelecendo as bases da futura relação entre as partes, após o Brexit.

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