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Boris Johnson propõe sistema de imigração por pontos após Brexit

26/06/2019 20h53

Londres, 26 Jun 2019 (AFP) - O britânico Boris Johnson, favorito para suceder a primeira-ministra, Theresa May, propôs um sistema de pontos para "controlar" a imigração, um dos temas que concentrou o voto a favor do Brexit no referendo de 2016.

Johnson, ex-chanceler e ex-prefeito de Londres, enfrenta o atual ministro das Relações Exteriores, Jeremy Hunt, para se tornar líder do Partido Conservador britânico, e consequentemente primeiro-ministro após a renúncia de May devido a sua incapacidade para cumprir com o Brexit, que foi adiado para 31 de outubro.

Quase diariamente, os dois candidatos apresentam elementos de seu programa para seduzir os 160.000 membros da formação que deverão escolher entre ambos no fim de julho.

Se ganhar, Johnson prevê estabelecer um sistema de imigração por pontos, uma proposta que havia mencionado no passado mas que desagradava May porque, segundo ela, não permite controlar o número de migrantes aceitos.

Segundo este sistema, os candidatos à imigração receberão autorização se cumprirem determinados critérios, de qualificação, de trabalho garantido e de conhecimentos linguísticos.

"Devemos estar muito mais abertos à imigração altamente qualificada, como a dos cientistas, mas também devemos garantir ao público que, ao sair da UE, temos controle sobre o número de imigrantes não qualificados que entram no país", disse Johnson, defensor de um Brexit duro, em um comunicado.

"Devemos ser mais duros com os que abusam de nossa hospitalidade. Outros países como Austrália têm grandes sistemas e deveríamos aprender com eles", insistiu.

Johnson afirmou também que garantirá os direitos dos cerca de 3,8 milhões de cidadãos europeus no Reino Unido para que possam continuar vivendo no país inclusive no caso de um Brexit sem acordo, em 31 de outubro.

O acordo de divórcio negociado por May com Bruxelas, mas rejeitado três vezes pelo parlamento britânico, prevê que os europeus no Reino Unido e os britânicos nos outros 27 países do bloco possam continuar estudando e trabalhando como até agora.