Justiça decide que Holanda teve responsabilidade limitada no massacre de Srebrenica
Haia, 19 Jul 2019 (AFP) - A Suprema Corte da Holanda julgou, nesta sexta-feira, que o Estado holandês teve "uma responsabilidade muito limitada" na morte de cerca de 350 muçulmanos no massacre de Srebrenica, na Bósnia, em 1995.
A mais alta jurisdição no país reduziu a responsabilidade do Estado com relação à decisão do Tribunal de Apelação em 2014, que reconheceu que o Estado foi parcialmente responsável pelas mortes no encrave de Srebrenica, na fronteira com a Sérvia, sob a proteção da ONU.
"O Estado holandês tem uma responsabilidade muito limitada no caso das Mães de Srebrenica, que se limita a 10% dos danos sofridos pelas famílias de cerca de 350 vítimas", declarou a Suprema Corte.
Este tribunal estima em 10% a probabilidade de que homens e jovens muçulmanos estariam seguros se tivessem permanecido no encrave.
Em 2017, o tribunal de recurso considerou essa probabilidade em 30%.
O massacre de Srebrenica, no qual morreram cerca de 8.000 muçulmanos, é um dos episódios mais sombrios da história da Holanda, e também da Guerra da Bósnia (1992-1995).
O encrave de Srebrenica estava sob proteção da ONU quando as forças sérvias da Bósnia iniciaram o cerco em 11 de julho de 1995.
As tropas holandesas, conhecidas pelo nome de "Dutchbat", recolheram-se em sua base e acolheram milhares de refugiados no encrave das Nações Unidas.
Mas quando se viram superadas, primeiro fecharam as portas do lugar onde estavam e depois permitiram que os sérvios bósnios evacuassem os refugiados que já estavam lá dentro. Homens e adolescentes foram separados e levados em em ônibus.
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