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Senado italiano se reúne para negociar moção de censura contra governo

6.jun.2018 - Primeiro-ministro italiano Giuseppe Conte  - Filippo Monteforte/AFP
6.jun.2018 - Primeiro-ministro italiano Giuseppe Conte Imagem: Filippo Monteforte/AFP

Em Roma

13/08/2019 12h08

Reunido de emergência em uma Roma deserta por causa do período de férias do verão europeu, o Senado italiano deve decidir hoje a data para o possível voto de uma moção de censura que poderá derrubar o governo de Giuseppe Conte.

Depois de o homem forte da Itália, o ultradireitista Matteo Salvini, fazer seu próprio governo implodir ao romper inesperadamente sua aliança com o Movimento 5-Estrela (M5E, antissistema), a crise passou para o Parlamento, como determinado pela Constituição de um regime parlamentar.

A tática de Salvini de pedir eleições antecipadas imediatas está ficando complicada. Sua decisão acabou forçando as demais forças políticas, particularmente o Partido Democrata (PD, de centro esquerda), a se aliarem para impedir que o país seja governado pelo líder de extrema direita.

O líder da Liga ainda é apoiado, porém, por seus antigos aliados na coalizão, a direitista Forza Italia (FI), de Silvio Berlusconi, e a extrema direita Fratelli d'Italia (Irmãos da Itália), de Giorgia Meloni.

O PD é favorável a que Conte simplesmente compareça ao Senado para dar uma declaração pública.

Segundo o sistema parlamentar italiano, é o Senado que deve votar a moção de censura contra Conte, líder do populista governo heterogêneo há 14 meses no poder.

Matteo Salvini também convocou seus deputados em Roma.

Seu objetivo é fazer cair o governo no máximo até 20 de agosto, com a realização de eleições no final de outubro. Ele espera, com isso, capitalizar sua popularidade nas pesquisas, que atualmente lhe dão de 36% a 38% das intenções de voto.

A crise entre os dois ex-aliados - Liga e M5E - explodiu após uma votação no Senado a favor do polêmico projeto da linha de trem de alta velocidade entre França e Itália, conhecido como TAV, na semana passada.

O M5S quis votar contra o projeto, apoiado de forma veemente pela Liga.