Pedido dos EUA põe em xeque liberação do petroleiro iraniano 'Grace 1'
Washington, 17 Ago 2019 (AFP) - A ordem de apreensão emitida ontem pelos Estados Unidos levantou dúvidas, neste sábado (17), sobre a saída de um petroleiro iraniano detido e já liberado por Gibraltar, reavivando a crise diplomática entre Teerã, Washington e Londres.
Nem Reino Unido nem Gibraltar haviam se pronunciado hoje sobre a solicitação do Departamento americano de Justiça (DoJ, na sigla em inglês).
Enquanto isso, o Irã já começou a mudar a bandeira e o nome do cargueiro, assim como a enviar uma nova tripulação que lhe permita zarpar.
Na sexta-feira (16), o DoJ emitiu uma ordem de apreensão do petroleiro iraniano "Grace 1", um dia após um juiz em Gibraltar autorizar a liberação do navio retido em seu território desde 4 de julho. No texto, Washington pede a retenção do petroleiro, que continuava ancorado na costa de Gibraltar.
O governo americano alega que a embarcação participou de um "complô para acessar ilegalmente o sistema financeiro americano com o objetivo de apoiar envios ilícitos para a Síria a partir do Irã, por parte dos Guardiães da Revolução, uma organização estrangeira considerada terrorista".
A ordem emitida estabelece que o navio pode ser apreendido, por violações da Lei Internacional de Poderes Econômicos de Emergência (IEEPA), fraude bancária, lavagem de dinheiro e outros delitos.
As autoridades iranianas tinham informado horas antes que o navio se preparava para zarpar, seis semanas após ter sido retido em Gibraltar. O episódio teria sido uma represália ao embargo de um petroleiro britânico por parte do Irã no Estreito de Ormuz.
O "Grace 1" vai mudar de nome para retomar sua viagem e navegar com bandeira iraniana, em vez da panamenha, segundo o vice-diretor de Portos Iranianos e da Organização Marítima, Khalil Eslami.
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